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Academia, 27.01.2017
Bruno Alcaide sucede a… Bruno Alcaide!
UMinho
Após o ato eleitoral mais concorrido de sempre na história (4631 alunos exerceram o seu dever de voto) e que ditou a vitória da Lista A liderada por Bruno Alcaide, coube finalmente no passado dia 20 de janeiro a realização da tão ansiada tomada de posse dos órgãos diretivos para 2017. A cerimónia que decorreu como de costume no Salão Medieval da Reitoria contou com a presença das mais altas individualidades da academia minhota, bem como dos representantes das autarquias onde esta está inserida.


Marcada para as 18h00, a cerimónia de tomada de posse da nova direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) começou atrasada como é tradição. Os atrasos nunca são bons, mas neste caso particular temos de o encarar de uma forma positiva, pois é o reflexo da tradicional confraternização no Bananeiro, onde estudantes, professores, antigos estudantes e forças vivas locais se reúnem antes do solene ato.

Com a "marcha" a arrancar rumo à Reitoria, coube então a realização da protocolar cerimónia onde um a um, assinatura após assinatura, os estudantes da Lista A (a letra A deve ser a que mais eleições venceu) entraram desta forma para a história da AAUM.

Posto este solene momento, coube a vez dos tradicionais discursos, quer por parte do novo Presidente, Bruno Alcaide, quer por parte do Reitor, António Cunha.

Alcaide foi então o primeiro a discursar e não foi nada meigo no seu discurso, assumindo nas suas palavras uma outra postura relativamente ao seu anterior mandato. Uma postura mais agressiva, mais interventiva? mais à Presidente!

Apontando o dedo às autarquias, sobretudo à de Braga, devido aos constantes atrasos e mudanças de plano no que toca à construção daquela que será a nova sede da AAUM, o novo líder dos estudantes minhotas exigiu "compromissos sérios relativos a matérias que não poderão conhecer mais adiamentos". Nas suas palavras, este projeto "caiu por terra, não conhecendo qualquer avanço ou vontade politica para concretizar novas alternativas".

Mas as criticas não ficaram por ai. O Presidente da AAUM "bateu" também no governo ao exigir a este "uma ação cada vez mais interventiva e intransigente na pedagogia e política educativa". Alcaide continuou o seu assertivo discurso ao reivindicar às entidades que tutelam a ciência, tecnologia e ensino superior "uma atuação mais preocupada e atenta a certas problemáticas, designadamente no que diz respeito à organização, funcionamento e financiamento do ensino superior, bem como ao sistema de apoios sociais para a sua frequência".

Continuando a colocar o dedo na ferida, as suas palavras tocaram o flagelo do abandono escolar, que segundo este "atinge níveis preocupantes, faltando vontade de aplicação de estratégias claras e objetivos quantificáveis para atacar o problema".

Já noutro tom, e a terminar a sua intervenção, Bruno Alcaide deixou a seguinte mensagem:

"Queremos que a Associação Académica seja sempre e a cada momento o ponto de partida e de chegada dos estudantes da Universidade do Minho. Ver, ouvir, antecipar, alargar latitudes e longitudes na forma de olhar a academia, de a ver, de a sentir, ainda e sempre irrequietos, ainda e sempre inconformados, outra vez lutando, outra vez vencendo o desafio. Sempre feitas da luta contra os condicionalismos da vontade de superação, da vitória contra as adversidades, sem desânimo ou desalento, ou assombrações que tolhem raciocínios tão simples como o pensamento".     

Posto isto, e após uma enorme ovação, coube a vez do Reitor tomar a palavra. Após os tradicionais cumprimentos e saudações às individualidades presentes, António Cunha afirmou que ao longo dos seus dois mandatos "aprendeu de algum modo a respeitar e admirar a postura e o modo de agir da Associação Académica". "A Universidade orgulha-se desta Associação", sublinhou.

Continuando o seu discurso, o Reitor elogiou a "parceria" da AAUM e da UMinho, destacando a forma como esta sente esta a Universidade na primeira pessoa. Cunha abordou também a questão das agendas da Associação, ao nível pedagógico, cultural, desportivo, do empreendedorismo e emprego e da solidariedade, fazendo uma avaliação positiva das mesmas.

 A terminar a sua intervenção, o Reitor voltou ao tema onde Bruno Alcaide foi tão incisivo nas suas críticas: a sede da AAUM. Numa nota positiva, o líder máximo da UMinho afirmou que estavam a ser tomadas diligências de modo a que um espaço junto ao campus de Gualtar passe para a UMinho e ai possa ser então finalmente construída a tão almejada sede!

Após as tradicionais fotos de família e cumprimentos ao novo Presidente, a festa continuou com o tradicional jantar no Restaurante Panorâmico do Campus de Gualtar.

Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves

(Pub. Jan/2017)

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