Decorrida de 16 a 21 de janeiro, a "Semana da Escola de Engenharia" foi submetida ao tema "Escola ? Região", sendo com isso objetivo da EEUM lançar o debate sobre o impacto da Escola de Engenharia no contexto nacional e principalmente, na região Noroeste de Portugal - o Minho.
A "Semana da Escola
de Engenharia" é o evento por excelência de divulgação da EEUM
junto da comunidade académica, da população estudantil do ensino
secundário, de empresas e da sociedade em geral, desta forma,
esta semana foi dedicada à aproximação a esses públicos, com
atividades e workshops, sessões plenárias, o dia do emprego,
cerimónia de graduação dos recém formados e a sessão solene e
debate que contaram com a presença do Presidente e
vice-presidentes da Escola, do Reitor da UMinho, dos presidentes
das Câmaras Municipais de Braga e Guimarães, do diretor da Escola
Superior de Tecnologia do IPCA, do Presidente da Direção da
Associação Industrial do Minho, entre muitos outros.
Durante esta semana
muito se falou e discutiu em volta do assunto "Escola ? Região",
tendo sobressaído o facto da Escola ter de apostar no reforço da
sua visibilidade e capacidade de atração de alunos e de
financiamento estratégico, algo que deve ser feito em parceria
com os agentes políticos e económicos da região, devendo ainda
apostar no seu papel como agente de desenvolvimento da
região.
Outra das
informações a reter, foi sem dúvida a de que a Engenharia é uma
área com futuro e emprego garantido, sendo que, como referiu a
vice-presidente da Escola, Rosa Vasconcelos, aquando do encontro
com psicólogos, pais e alunos das escolas secundárias: "Neste
momento a Escola não consegue graduar profissionais suficientes
para o mercado", sublinhando que "é disso exemplo o momento
atual, em que a Escola recebeu 1200 ofertas de emprego, entre
elas 800 empregos, 200 propostas de dissertação e 300 estágios
profissionais e não temos alunos ou graduados para fazer face a
estas propostas" disse.
Perante isto, a
responsável do conselho pedagógico da Escola apelou a que os
alunos do ensino secundário enveredassem por uma das muitas áreas
que a Escola de Engenharia oferece, referindo que "para além das
boas condições de ensino que esta oferece, o futuro destes tem
emprego garantido".
Já durante a sessão
solene de comemoração do aniversário, o Presidente da Escola,
João Monteiro fez questão de afirmar que "em 2016 a Escola
atingiu resultados extraordinários que assentam no empenho dos
seus membros (alunos, docentes, investigadores e funcionários não
docentes)". Agradecendo aos seus antecessores pelo trabalho
feito, o presidente destacou alguns números da Escola, tais como
os cerca de 6000 alunos que a dela fazem parte, onde cerca de 10%
destes, são estudantes de doutoramento, contando ainda com 276
docentes todos doutorados, bem como 78 funcionários não docentes.
Segundo o presidente, a EEUM tem um portfólio de projetos que
rondam os 55 milhões de euros (não contando com o projeto Bosch).
Garantindo que a Escola forma "dos melhores engenheiros
nacionais?, sublinhou que "temos uma atividade com provas dadas e
assente nos três pilares que nos orientam, ensino; investigação,
desenvolvimento e inovação; e extensão". João Monteiro advertiu
ainda que, o corpo docente da Escola precisa de ser
rejuvenescido, é necessário investir nos laboratórios,
contratação de técnicos não docentes que façam face às novas
necessidades, entre outras coisas.
Na mesma linha, o
Reitor António Cunha afirmou que "2016 foi um ano bom para a
Escola", um resultado que justificou com a "cooperação
institucional e articulação estratégica". Para este, 2016 foi
também "um ano bom para a UMinho", destacando a passagem da
UMinho a Fundação, cujos efeitos práticos, afirma "já se fizeram
sentir na não obrigatoriedade de utilizar a agência nacional de
contas públicas, nem a consulta ao INA para admissão de pessoal
não docente", assegurando que "sentiremos ainda mais esse efeito
com o lançamento de um significativo conjunto de concursos para
pessoal não docente ao abrigo da lei geral do trabalho".
Segundo este, 2016
foi também o ano de conclusão de vários investimentos,
nomeadamente a entrada em funcionamento da Biblioteca de Azurém,
a entrada da UMinho no ranking de Xangai, houve um robustecimento
da situação financeira da UMinho, entre muitas outras coisas.
Numa chamada de
atenção à Escola, o reitor frisou que esta "deve assegurar a sua
diferenciação na qualidade da sua investigação", realçando que a
EEUM "deve, tem de ser internacional, é a partir de um
conhecimento internacional que conseguimos atrair talento, mesmo
o local, ao nível dos diferentes graus de ensino". Referindo
ainda que a investigação da Escola "tem de ser mais forte",
devendo existir uma maior "articulação entre o ensino e a
investigação".
Terminando, António
Cunha transmitiu ainda que a EEUM deve pensar numa
"racionalização e modernização da sua estrutura departamental",
propondo a criação de mais uma unidade orgânica de investigação
saída do grupo 3B's, bem como uma concentração departamental que
envolvesse apenas quatro departamentos: Tecnologias de
Informação, Comunicações e Eletrónica; Engenharia Biológica e
Biomédica; Materiais e Tecnologias de Fabrico; e Engenharia Civil
e Construção, alterações que disse serem importantes, mas "o
maior desafio da Escola de Engenharia é o de ser um espaço
vibrante, atrativo, envolvente, mesmo sedutor para os seus
estudantes" afirmou.
Após a sessão
solene, teve lugar o debate "Escola - Região", com moderação do
presidente do Conselho de Escola de Engenharia, Luís Amaral,
sendo os principais intervenientes, os presidentes das Câmaras
Municipais de Braga e Guimarães, o presidente da Associação
Industrial do Minho (AIMinho) e o diretor da Escola Superior de
Tecnologia do Instituto Politécnico do Cávado e Ave
(IPCA).
Indo de encontro ao
que havia sido transmitido por António Cunha e por João Monteiro,
também Domingos Bragança e Ricardo Rio sublinharam o facto da
UMinho e da Escola de Engenharia serem "agentes de mobilização da
região", referindo que a UMinho também tem beneficiado muito pelo
facto de estar implantada em duas "cidades referência" do país.
Frisando o presidente da Câmara de Guimarães que "ganhamos todos
mais quanto mais afirmação internacional distintiva a UMinho
conquistar, porque isso faz o mundo olhar para este território
como um espaço atrativo para investir" disse.
O presidente da
Câmara de Braga destacou que "A modernização, a abertura e
rejuvenescimento desta região deve muito à UMinho".
Em jeito de
conclusão, ficaram patentes as ideias de que a UMinho faz bem à
região e a região, as duas cidades que a acolhem, são uma mais
valia para a Universidade.
Texto: Ana
Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Jan/2017)