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Academia, 24.01.2017
42º Aniversário da EEUM marcado pelo debate sobre o impacto da Escola na Região
UMinho
A Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) comemorou 42 anos de existência, um aniversário assinalado mais uma vez com a "Semana da Escola de Engenharia" que contou com um vasto número de atividades e iniciativas, direcionadas para dentro e fora da Universidade, com o dia principal a decorrer no dia 18, com a sessão solene e debate que decorreram no Auditório Nobre no Campus de Azurém.


Decorrida de 16 a 21 de janeiro, a "Semana da Escola de Engenharia" foi submetida ao tema "Escola ? Região", sendo com isso objetivo da EEUM lançar o debate sobre o impacto da Escola de Engenharia no contexto nacional e principalmente, na região Noroeste de Portugal - o Minho.

A "Semana da Escola de Engenharia" é o evento por excelência de divulgação da EEUM junto da comunidade académica, da população estudantil do ensino secundário, de empresas e da sociedade em geral, desta forma, esta semana foi dedicada à aproximação a esses públicos, com atividades e workshops, sessões plenárias, o dia do emprego, cerimónia de graduação dos recém formados e a sessão solene e debate que contaram com a presença do Presidente e vice-presidentes da Escola, do Reitor da UMinho, dos presidentes das Câmaras Municipais de Braga e Guimarães, do diretor da Escola Superior de Tecnologia do IPCA, do Presidente da Direção da Associação Industrial do Minho, entre muitos outros.

Durante esta semana muito se falou e discutiu em volta do assunto "Escola ? Região", tendo sobressaído o facto da Escola ter de apostar no reforço da sua visibilidade e capacidade de atração de alunos e de financiamento estratégico, algo que deve ser feito em parceria com os agentes políticos e económicos da região, devendo ainda apostar no seu papel como agente de desenvolvimento da região.

Outra das informações a reter, foi sem dúvida a de que a Engenharia é uma área com futuro e emprego garantido, sendo que, como referiu a vice-presidente da Escola, Rosa Vasconcelos, aquando do encontro com psicólogos, pais e alunos das escolas secundárias: "Neste momento a Escola não consegue graduar profissionais suficientes para o mercado", sublinhando que "é disso exemplo o momento atual, em que a Escola recebeu 1200 ofertas de emprego, entre elas 800 empregos, 200 propostas de dissertação e 300 estágios profissionais e não temos alunos ou graduados para fazer face a estas propostas" disse.

Perante isto, a responsável do conselho pedagógico da Escola apelou a que os alunos do ensino secundário enveredassem por uma das muitas áreas que a Escola de Engenharia oferece, referindo que "para além das boas condições de ensino que esta oferece, o futuro destes tem emprego garantido".

Já durante a sessão solene de comemoração do aniversário, o Presidente da Escola, João Monteiro fez questão de afirmar que "em 2016 a Escola atingiu resultados extraordinários que assentam no empenho dos seus membros (alunos, docentes, investigadores e funcionários não docentes)". Agradecendo aos seus antecessores pelo trabalho feito, o presidente destacou alguns números da Escola, tais como os cerca de 6000 alunos que a dela fazem parte, onde cerca de 10% destes, são estudantes de doutoramento, contando ainda com 276 docentes todos doutorados, bem como 78 funcionários não docentes. Segundo o presidente, a EEUM tem um portfólio de projetos que rondam os 55 milhões de euros (não contando com o projeto Bosch). Garantindo que a Escola forma "dos melhores engenheiros nacionais?, sublinhou que "temos uma atividade com provas dadas e assente nos três pilares que nos orientam, ensino; investigação, desenvolvimento e inovação; e extensão". João Monteiro advertiu ainda que, o corpo docente da Escola precisa de ser rejuvenescido, é necessário investir nos laboratórios, contratação de técnicos não docentes que façam face às novas necessidades, entre outras coisas.

Na mesma linha, o Reitor António Cunha afirmou que "2016 foi um ano bom para a Escola", um resultado que justificou com a "cooperação institucional e articulação estratégica". Para este, 2016 foi também "um ano bom para a UMinho", destacando a passagem da UMinho a Fundação, cujos efeitos práticos, afirma "já se fizeram sentir na não obrigatoriedade de utilizar a agência nacional de contas públicas, nem a consulta ao INA para admissão de pessoal não docente", assegurando que "sentiremos ainda mais esse efeito com o lançamento de um significativo conjunto de concursos para pessoal não docente ao abrigo da lei geral do trabalho".

Segundo este, 2016 foi também o ano de conclusão de vários investimentos, nomeadamente a entrada em funcionamento da Biblioteca de Azurém, a entrada da UMinho no ranking de Xangai, houve um robustecimento da situação financeira da UMinho, entre muitas outras coisas.

Numa chamada de atenção à Escola, o reitor frisou que esta "deve assegurar a sua diferenciação na qualidade da sua investigação", realçando que a EEUM "deve, tem de ser internacional, é a partir de um conhecimento internacional que conseguimos atrair talento, mesmo o local, ao nível dos diferentes graus de ensino". Referindo ainda que a investigação da Escola "tem de ser mais forte", devendo existir uma maior "articulação entre o ensino e a investigação".

Terminando, António Cunha transmitiu ainda que a EEUM deve pensar numa "racionalização e modernização da sua estrutura departamental", propondo a criação de mais uma unidade orgânica de investigação saída do grupo 3B's, bem como uma concentração departamental que envolvesse apenas quatro departamentos: Tecnologias de Informação, Comunicações e Eletrónica; Engenharia Biológica e Biomédica; Materiais e Tecnologias de Fabrico; e Engenharia Civil e Construção, alterações que disse serem importantes, mas "o maior desafio da Escola de Engenharia é o de ser um espaço vibrante, atrativo, envolvente, mesmo sedutor para os seus estudantes" afirmou.

Após a sessão solene, teve lugar o debate "Escola - Região", com moderação do presidente do Conselho de Escola de Engenharia, Luís Amaral, sendo os principais intervenientes, os presidentes das Câmaras Municipais de Braga e Guimarães, o presidente da Associação Industrial do Minho (AIMinho) e o diretor da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA).

Indo de encontro ao que havia sido transmitido por António Cunha e por João Monteiro, também Domingos Bragança e Ricardo Rio sublinharam o facto da UMinho e da Escola de Engenharia serem "agentes de mobilização da região", referindo que a UMinho também tem beneficiado muito pelo facto de estar implantada em duas "cidades referência" do país. Frisando o presidente da Câmara de Guimarães que "ganhamos todos mais quanto mais afirmação internacional distintiva a UMinho conquistar, porque isso faz o mundo olhar para este território como um espaço atrativo para investir" disse.

O presidente da Câmara de Braga destacou que "A modernização, a abertura e rejuvenescimento desta região deve muito à UMinho".

Em jeito de conclusão, ficaram patentes as ideias de que a UMinho faz bem à região e a região, as duas cidades que a acolhem, são uma mais valia para a Universidade.

Texto: Ana Marques 

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Jan/2017)

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