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Academia, 13.07.2016
Futuro do Ensino Superior discutiu-se na UMinho
UMinho
A UMinho foi o local escolhido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para acolher o sétimo seminário do ciclo Lei de Bases do Sistema Educativo - "Organização e Desenvolvimento do Ensino Superior", o qual contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o presidente do CNE, David Justino, e o reitor da UMinho, António Cunha, entre outros.


Decorrido no passado dia 8 de julho, no Campus de Gualtar, foram vários os aspetos do ensino superior discutidos, sendo que o foco esteve nas propinas, nas praxes académicas e no financiamento do ensino superior.

O ministro Manuel Heitor deixou bem vincado o seu total "repúdio" pelas praxes académicas, afirmando que são "uma das maiores pragas que temos de combater em termos sociais qualquer que seja a sua forma". O governante deixou ainda um repto às instituições de ensino superior de "corresponsabilização"não apenas dentro das suas instalações mas de uma forma geral "é um processo social complexo que tem de ser percebido e combatido diariamente" disse. Neste sentido, e estando próximo o novo ano letivo, Manuel Heitor declarou que irá escrever a todas as instituições de ensino superior a pedir "um combate cerrado" às práticas associadas às praxes académicas.

O ministro mostrou-se ainda preocupado com o défice de abandono precoce que diz ser "um problema". Considerando a diversificação da oferta no ensino superior como um dos mais difíceis desafios que Portugal tem pela frente.

Para António Cunha, e reiterando as ideias de Manuel Heitor "as universidades têm de ser espaços de liberdade onde ninguém pode ser obrigado a fazer o que não quer".

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e reitor da UMinho defendeu uma "aberta" discussão em Portugal sobre o pagamento de propinas no Ensino Superior, frisando que a nível europeu vai haver uma crescente concorrência por recursos humanos e capital humano "vão haver países a tentar atrair jovens para estudar nos seus países para supostamente ficarem até a trabalhar e participar na economia e desenvolvimento económico desses países" exemplificando com o que está a acontecer na Alemanha "é um dado novo nesta equação e que vamos ter de considerar" afirmou.

O responsável da UMinho defendeu ainda uma maior autonomia para as universidades públicas e um reforço do seu financiamento, ao que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior respondeu, dizendo que "o reforço da autonomia das universidades é uma meta do Governo", apontando cinco desafios em prol de uma maior organização e desenvolvimento do ensino superior, tais como: um processo de aprendizagem delineado para as necessidades da população; diversificação da oferta de ensino; empregabilidade dos graduados; maior internacionalização; e o desafio da cultura científica.

Texto: Ana Marques 

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Jul/2016)

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