Decorrido no passado dia 8 de julho, no Campus de Gualtar, foram vários os aspetos do ensino superior discutidos, sendo que o foco esteve nas propinas, nas praxes académicas e no financiamento do ensino superior.
O ministro Manuel
Heitor deixou bem vincado o seu total "repúdio" pelas praxes
académicas, afirmando que são "uma das maiores pragas que temos
de combater em termos sociais qualquer que seja a sua forma". O
governante deixou ainda um repto às instituições de ensino
superior de "corresponsabilização"não apenas dentro das suas
instalações mas de uma forma geral "é um processo social complexo
que tem de ser percebido e combatido diariamente" disse. Neste
sentido, e estando próximo o novo ano letivo, Manuel Heitor
declarou que irá escrever a todas as instituições de ensino
superior a pedir "um combate cerrado" às práticas associadas às
praxes académicas.
O ministro
mostrou-se ainda preocupado com o défice de abandono precoce que
diz ser "um problema". Considerando a diversificação da oferta no
ensino superior como um dos mais difíceis desafios que Portugal
tem pela frente.
Para António Cunha,
e reiterando as ideias de Manuel Heitor "as universidades têm de
ser espaços de liberdade onde ninguém pode ser obrigado a fazer o
que não quer".
O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e reitor da UMinho defendeu uma "aberta" discussão em Portugal sobre o pagamento de propinas no Ensino Superior, frisando que a nível europeu vai haver uma crescente concorrência por recursos humanos e capital humano "vão haver países a tentar atrair jovens para estudar nos seus países para supostamente ficarem até a trabalhar e participar na economia e desenvolvimento económico desses países" exemplificando com o que está a acontecer na Alemanha "é um dado novo nesta equação e que vamos ter de considerar" afirmou.
O responsável da UMinho defendeu ainda uma maior autonomia para as universidades públicas e um reforço do seu financiamento, ao que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior respondeu, dizendo que "o reforço da autonomia das universidades é uma meta do Governo", apontando cinco desafios em prol de uma maior organização e desenvolvimento do ensino superior, tais como: um processo de aprendizagem delineado para as necessidades da população; diversificação da oferta de ensino; empregabilidade dos graduados; maior internacionalização; e o desafio da cultura científica.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Jul/2016)