Trata-se de uma espécie "Google Maps do Cérebro", refere o informático de 34 anos. "As imagens obtidas atualmente, a partir de exames de ressonância magnética, são planas, a duas dimensões. Com essa informação, os neurocientistas conseguem ver apenas que há uma lesão nesta ou naquela parte do cérebro, sem conseguir identificar exaustivamente o problema", explica. A plataforma vem colmatar esta limitação ao permitir identificar as coordenadas exatas da lesão, quantificar se há mudanças no cérebro, se o número de lesões diminuiu, se a matéria cinzenta aumentou, se houve degeneração ou se existem novas conexões. A inovação já está a ser usada em centros de investigação e hospitais de Espanha e dos EUA.
"A médio prazo, será possível desenvolver um modelo em 3D do cérebro humano saudável, com um grau de exatidão cada vez maior, e estabelecer comparações tendo em conta as alterações deste órgão quando é afetado por doenças neurológicas, como a esclerose múltipla, Parkinson ou Alzheimer. O conhecimento pormenorizado das ligações cerebrais permitirá diagnósticos precoces e precisos e, porventura, tratamentos mais eficientes capazes de atrasar o avanço de patologias", defende o cientista, natural de Viana do Castelo.
Maior base mundial de imagens cerebrais
Foi com este software que Paulo Rodrigues cofundou, em 2013, aMint Labs - Medical Innovation and Technology Laboratories, juntamente com a cientista Vesna Prchovska. A empresa, sediada em Barcelona (Espanha), é constituída por 10 profissionais de diversas áreas e conta com investidores como Walter Gilbert, Prémio Nobel da Química de 1980 e cofundador da farmacêutica Biogen, entre outros. Um dos objetivos é criar na Internet a maior base mundial de dados de imagens cerebrais. A plataforma conta, até ao momento, com cerca de 30.000 imagens digitalizadas de 4000 cérebros.
Para utilizar esta
aplicação, os clínicos dos hospitais e centros de investigação
parceiros devem fazer login em www.mint-labs.com
, carregar as
imagens das ressonâncias magnéticas e selecionar o que pretendem
saber, para, em alguns minutos, receber um relatório com a
descrição do cérebro do paciente. As imagens carregadas são
guardadas em servidores da Google, com quem a Mint Labs
tem um acordo para o armazenamento.
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(Pub. Jan/2016)