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Academia, 16.12.2015
Presidente do Tribunal Constitucional falou sobre dignidade na UMinho
UMinho
No passado dia 14 de dezembro, a Escola de Direito da Universidade do Minho (EDUM) recebeu o colóquio intitulado "O princípio da dignidade da pessoa humana e o direito privado. Repensar os direitos de personalidade?". Nele estiveram presentes vários oradores de renome, inclusive o Presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim Sousa Ribeiro.

O atual Presidente do Tribunal Constitucional foi o primeiro orador a tomar a palavra nesta "jornada de reflexão muito oportuna", numa apresentação designada "Direitos de personalidade enquanto direitos fundamentais". Começando por atentar no Código Civil Português de 1966, um marco dos direitos da personalidade, que engloba mais caraterísticas do sujeito do que os anteriores. Posteriormente declarou que a Constituição de 1976 ampliou a incidência dos direitos fundamentais, primordialmente na área dos direitos humanos, em que, por exemplo, foram proibidas a pena de morte e a tortura pela polícia e pelo Estado.

A comparação entre o Código Civil e a Constituição continuou com o seguinte exemplo: enquanto o Código Civil só faz referência ao "direito ao nome", a Constituição postula o "direito à identidade pessoal", que é um direito que abrange não só o nome, mas também, por exemplo, o direito de saber quem são os progenitores. Joaquim Sousa Ribeiro concluiu sublinhando que a "dignidade da pessoa humana é mais do que um princípio, é a unidade de sentido dos princípios".

A organização deste colóquio esteve a cargo da Escola de Direito e ao Centro de Investigação Interdisciplinar em Direitos Humanos da Universidade do Minho, particularmente aos grupos de investigação em Direitos Humanos e biomedicina e em Direito Privado - fenómenos de constitucionalização, materialização e socialização.

A sessão de abertura ficou a cargo de um dos organizadores do colóquio, o professor Nuno Oliveira da EDUM, que juntamente com a professora Benedita Mac Crorie tornaram este evento possível. Nas suas breves palavras, o professor agradeceu a presença de todos os oradores e explicou o enquadramento deste colóquio como uma reflexão sobre a necessidade de evolução do Código Civil Português ao longo dos tempos. Formulou também desejos de que os "frutos desta reflexão não se percam num futuro mais ou menos próximo".

O colóquio contou também com apresentações da Vice-Presidente do Tribunal Constitucional, Maria Lúcia Amaral, das professoras Luísa Neto e Rute Pedro da Universidade do Porto, dos professores Jorge Pereira da Silva e José João Abrantes de Lisboa, do professor Paulo Mota Pinto da Universidade de Coimbra e dos organizadores do evento.

Texto: Marta Borges


(Pub. Dez/2015)

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