O atual Presidente do Tribunal Constitucional foi o primeiro orador a tomar a palavra nesta "jornada de reflexão muito oportuna", numa apresentação designada "Direitos de personalidade enquanto direitos fundamentais". Começando por atentar no Código Civil Português de 1966, um marco dos direitos da personalidade, que engloba mais caraterísticas do sujeito do que os anteriores. Posteriormente declarou que a Constituição de 1976 ampliou a incidência dos direitos fundamentais, primordialmente na área dos direitos humanos, em que, por exemplo, foram proibidas a pena de morte e a tortura pela polícia e pelo Estado.
A comparação entre o
Código Civil e a Constituição continuou com o seguinte exemplo:
enquanto o Código Civil só faz referência ao "direito ao nome", a
Constituição postula o "direito à identidade pessoal", que é um
direito que abrange não só o nome, mas também, por exemplo, o
direito de saber quem são os progenitores. Joaquim Sousa Ribeiro
concluiu sublinhando que a "dignidade da pessoa humana é mais do
que um princípio, é a unidade de sentido dos
princípios".
A organização deste
colóquio esteve a cargo da Escola de Direito e ao Centro de
Investigação Interdisciplinar em Direitos Humanos da Universidade
do Minho, particularmente aos grupos de investigação em Direitos
Humanos e biomedicina e em Direito Privado - fenómenos de
constitucionalização, materialização e
socialização.
A sessão de abertura
ficou a cargo de um dos organizadores do colóquio, o professor
Nuno Oliveira da EDUM, que juntamente com a professora Benedita
Mac Crorie tornaram este evento possível. Nas suas breves
palavras, o professor agradeceu a presença de todos os oradores e
explicou o enquadramento deste colóquio como uma reflexão sobre a
necessidade de evolução do Código Civil Português ao longo dos
tempos. Formulou também desejos de que os "frutos desta reflexão
não se percam num futuro mais ou menos
próximo".
O colóquio contou
também com apresentações da Vice-Presidente do Tribunal
Constitucional, Maria Lúcia Amaral, das professoras Luísa Neto e
Rute Pedro da Universidade do Porto, dos professores Jorge
Pereira da Silva e José João Abrantes de Lisboa, do professor
Paulo Mota Pinto da Universidade de Coimbra e dos organizadores
do evento.
Texto: Marta
Borges
(Pub. Dez/2015)