umdicas-ng-refugiados2015--20-fff
Academia, 06.11.2015
UMinho discutiu problema e integração dos refugiados na Europa
UMinho
Tendo como "pano" de fundo a realidade atual dos milhares de migrantes e refugiados que estão a chegar à Europa, a ELSA-UMinho levou a cabo uma conferência, submetida ao tema: "A fuga para a Europa: Pelos refugiados", onde se debateu o problema e a necessidade de integração dos refugiados que fogem à guerra.


Com este debate, a delegação da Associação Europeia de Estudantes de Direito da Universidade do Minho (ELSA-UMinho) pretendeu avaliar as implicações político-sociais desta vaga de migrantes e refugiados que colocou à prova a Europa e a política da União Europeia e do "espaço livre".

A iniciativa teve lugar no auditório nobre da Escola de Direito, no campus de Gualtar, contando com os oradores, Luís Filipe Guerra, do Observatório dos Direitos Humanos, Assunção do Vale Pereira, professoras de Relações Internacionais e de Direito Internacional Público na UMinho e a Manuel Cunha, representante da Amnistia Internacional.

Luís Filipe Guerra alertou para as várias questões que se levantam aos países que acolhem os refugiados, referindo que não é fácil pois estes vão precisar dum sistema de saúde, escolas, trabalho, para além de outras coisas, e que é preciso ajudar as instituições que os vão receber, alertando para a necessidade de "Humanizar a terra", pois não podemos querer empurrar o problema só para os outros "temos que fazer parte da resolução" disse.

Assunção do Vale focou a sua intervenção no plano jurídico do problema, referindo-se aos direitos dos refugiados e à obrigação de os receber pois é uma fuga à guerra, à morte. Mas alertou para que não seja um abrir de portas completo, mas que tem de haver da parte da Europa "uma política generalizada de integração". Continuando, referiu como aspetos a implementar "um sistema de registos e controle das fronteiras" pois salientou que a triagem tem de ser feita, uma vez que há quem se aproveite para se meter no meio, mesmo sem ter direito a estatuto de refugiado "esses têm de ser automaticamente extraditados"disse.

Já Manuel Cunha falou do papel da Amnistia Internacional no apoio à resolução destes problemas, a qual tem um papel fundamental na luta pelos direitos destes deslocados, estando atenta à violação dos direitos humanos, mobilizando a opinião pública para os problemas e pressionando os governos. Segundo este, os refugiados têm chegado à Europa porque a zona de conflito é cada vez maior e por isso as pessoas vão buscar refúgio cada vez mais longe e porque os campos de refugiados dos países vizinhos já não têm capacidade para acolher mais pessoas. Esta fuga desesperada faz com que as pessoas caiam em redes de tráfego e "por isso o número tão elevado de mortes" disse.

Para o representante da Amnistia Internacional, este problema tem como culpados a Europa e os EUA que "são os principais geradores e alimentam as guerras nestes países", sublinhando que os problemas têm de ser tratados na origem, referindo-se por exemplo à questão das travessias, onde afirma que "devem ser criadas regras, rotas seguras para proteção dos refugiados".


Texto: Ana Marques 


(Pub. Nov/2015)

Arquivo de 2015