O "Movimento de
Apoio aos Refugiados da Universidade do Minho" surgiu com o
intuito de "mobilizar as ideias e vontades da UMinho",
pretendendo, segundo explicou Ana Cunha da Escola de Ciências,
ajudar principalmente os estudantes universitários que tenham de
abandonar os estudos e fugir do seu país para poder sobreviver.
Para se obter informação fidedigna sobre como ajudar os
refugiados a Universidade do Minho convidou a PAR para uma sessão
de esclarecimento.
A PAR apresentou-se como uma plataforma da sociedade civil que nasceu para "fazer frente a esta crise humanitária sem precedentes" e que já conta com mais de 100 organizações. Leonor Abreu, voluntária da PAR, aponta como principal missão a de acolher famílias de refugiados em Portugal e explica que há dois projetos em marcha para cumprir esta missão: o "PAR Linha da Frente" e o "Par Famílias".
O "PAR Linha da
Frente" tem como objetivo apoiar financeiramente os refugiados no
local onde estão, através da Cáritas e da JRS (sigla inglesa para
Serviço Jesuíta aos Refugiados) do Médio Oriente.
O "PAR Famílias" é
um projeto de acolhimento e integração de famílias refugiadas em
contexto de instituições locais (IPSS, Autarquias, Associações,
Instituições Religiosas, Escolas) que assumam essa
responsabilidade face a uma família concreta durante dois anos.
Para além dos
donativos monetários e do acolhimento de famílias de refugiados é
possível ajudar esta causa através do voluntariado, nomeadamente
com o apoio às instituições anfitriãs e na divulgação da
campanha, através das redes sociais, junto da família, dos
vizinhos e dos colegas de trabalho.
Irene Guia, do Externato das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, deu o seu testemunho enquanto voluntária da JRS durante quatro anos em campos de refugiados no Ruanda e na República Democrática do Congo, e apelando à necessidade de se pensar que "esta não é apenas uma história atroz, mas sim a vida real de muitas pessoas, que graças à resposta lenta da União Europeia estão a ficar cada vez mais fragilizadas". Recentemente o Externato do Porto a que pertence reuniu as condições necessárias para se tornar uma instituição anfitriã e esta confidenciou que está a ser uma experiência ótima, pois todos estão unidos em torno de uma causa.
A Universidade do Minho está também em condições de se tornar uma instituição anfitriã, havendo já um envolvimento dos docentes que disponibilizam principalmente apoio no ensino do Português e de outras línguas. O próximo passo é alargar a colaboração e voluntariado a toda a comunidade académica.
Numa tentativa de se perceber como a integração de refugiados na Universidade do Minho pode melhorar, marcaram também presença três estudantes sírios e um palestiniano que falaram da sua própria integração e fizeram propostas no sentido de diminuir a diferença cultural, nomeadamente através da existência de cursos e tertúlias culturais. Os membros do "Movimento de Apoio aos Refugiados" da UMinho presentes comprometeram-se a rever esta situação e a divulgar iniciativas deste tipo junto das associações e núcleos de curso.
Texto: Marta
Borges
(Pub. Out/2015)