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Academia, 14.10.2015
Plataforma de Apoio aos Refugiados na UMinho‏
UMinho
A Escola de Ciências associou-se ao recém-criado "Movimento de Apoio aos Refugiados da Universidade do Minho" e em conjunto convidaram a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) para fazer uma sessão de esclarecimento em que todas as pessoas de boa vontade da UMinho ficassem a saber o que podem fazer para ajudar a combater a grave crise humanitária que atravessamos. Esta sessão decorreu na tarde de 9 de outubro, no auditório B1 do CP2, e nela estiveram presentes vários docentes e também alguns refugiados da Síria e da Palestina que a UMinho já acolheu.


O "Movimento de Apoio aos Refugiados da Universidade do Minho" surgiu com o intuito de "mobilizar as ideias e vontades da UMinho", pretendendo, segundo explicou Ana Cunha da Escola de Ciências, ajudar principalmente os estudantes universitários que tenham de abandonar os estudos e fugir do seu país para poder sobreviver. Para se obter informação fidedigna sobre como ajudar os refugiados a Universidade do Minho convidou a PAR para uma sessão de esclarecimento.

A PAR apresentou-se como uma plataforma da sociedade civil que nasceu para "fazer frente a esta crise humanitária sem precedentes" e que já conta com mais de 100 organizações. Leonor Abreu, voluntária da PAR, aponta como principal missão a de acolher famílias de refugiados em Portugal e explica que há dois projetos em marcha para cumprir esta missão: o "PAR Linha da Frente" e o "Par Famílias".

O "PAR Linha da Frente" tem como objetivo apoiar financeiramente os refugiados no local onde estão, através da Cáritas e da JRS (sigla inglesa para Serviço Jesuíta aos Refugiados) do Médio Oriente.

O "PAR Famílias" é um projeto de acolhimento e integração de famílias refugiadas em contexto de instituições locais (IPSS, Autarquias, Associações, Instituições Religiosas, Escolas) que assumam essa responsabilidade face a uma família concreta durante dois anos.

Para além dos donativos monetários e do acolhimento de famílias de refugiados é possível ajudar esta causa através do voluntariado, nomeadamente com o apoio às instituições anfitriãs e na divulgação da campanha, através das redes sociais, junto da família, dos vizinhos e dos colegas de trabalho.

Irene Guia, do Externato das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, deu o seu testemunho enquanto voluntária da JRS durante quatro anos em campos de refugiados no Ruanda e na República Democrática do Congo, e apelando à necessidade de se pensar que "esta não é apenas uma história atroz, mas sim a vida real de muitas pessoas, que graças à resposta lenta da União Europeia estão a ficar cada vez mais fragilizadas". Recentemente o Externato do Porto a que pertence reuniu as condições necessárias para se tornar uma instituição anfitriã e esta confidenciou que está a ser uma experiência ótima, pois todos estão unidos em torno de uma causa.

A Universidade do Minho está também em condições de se tornar uma instituição anfitriã, havendo já um envolvimento dos docentes que disponibilizam principalmente apoio no ensino do Português e de outras línguas. O próximo passo é alargar a colaboração e voluntariado a toda a comunidade académica.

Numa tentativa de se perceber como a integração de refugiados na Universidade do Minho pode melhorar, marcaram também presença três estudantes sírios e um palestiniano que falaram da sua própria integração e fizeram propostas no sentido de diminuir a diferença cultural, nomeadamente através da existência de cursos e tertúlias culturais. Os membros do "Movimento de Apoio aos Refugiados" da UMinho presentes comprometeram-se a rever esta situação e a divulgar iniciativas deste tipo junto das associações e núcleos de curso.

Texto: Marta Borges

(Pub. Out/2015)

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