A tecnologia
encapsula compostos funcionais e bioativos (ex: vitaminas,
antioxidantes) em pequeníssimas estruturas (micro e
nano-hidrogéis) para as incorporar depois em
alimentos.
Para desenvolver estas estruturas são usadas
proteínas do leite, conhecidas pelo elevado teor nutricional e
pela capacidade de regular a circulação sanguínea e as atividades
anti-inflamatórias e antitumorais. O Nutricap oferece à indústria
alimentar a possibilidade de desenvolver produtos fortificados
com antioxidantes, vitaminas e fitosteróis. "Os hidrogéis podem
ser incorporados em sumos, iogurtes e cereais, por exemplo. A
ideia é dar ao consumidor, cada vez mais exigente, produtos mais
saudáveis e nutritivos", realça o investigador Miguel Cerqueira,
que teve a colaboração de Ana Bourbon, Ana Pinheiro, António
Vicente, Hélder Silva e Philippe Ramos.
A incorporação de compostos bioativos na forma livre
tem sido usada em alimentos para potenciar uma nutrição mais rica
e suplantar eventuais deficiências nutricionais. No entanto, a
interação com meios alimentares e a perda de bioatividade após a
passagem pelo trato gastrointestinal tem levantado vários
desafios. "O Nutricap, que usa proteínas do leite, permite
incorporar compostos bioativos solúveis e insolúveis em água,
funcionando como um veículo para a libertação controlada e
localizada dos compostos, distinguindo-se por apenas recorrer a
substâncias naturais e de grau alimentar", esclarece. O potencial desta inovação
para aplicação no mercado tem sido explorada pelaImproveat, spin-off da UMinho sediada no
SpinPark, nas Caldas das Taipas, Guimarães.
Vencedores eleitos por júri especializado
"É com grande
satisfação que recebemos este prémio por parte de um agente
mobilizador para a inovação no setor agroalimentar, como é o caso
dos Food & Nutrition Awards. É demonstrador do excelente
trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos pelo CEB e um
incentivo muito importante para continuar a investigação neste
âmbito", diz Miguel Cerqueira.
O
galardão foi atribuído na 6ª edição do Food & Nutrition
Awards, em Lisboa. O evento tem como objetivo destacar as
mais-valias do setor agroalimentar no que diz respeito à
competitividade, investigação e empreendedorismo, salientando a
importância das várias fases do setor. Nas quatro categorias a
concurso - Investigação e Desenvolvimento, Serviço Inovação,
Iniciativa de Mobilização e Produto Inovação -, foram apurados 23
finalistas, eleitos por personalidades reconhecidas a nível
académico, científico e empresarial.
Miguel Cerqueira, de 33 anos, é natural de Ponte da Barca.
Licenciado em Engenharia Biológica pela UMinho, desenvolveu o seu
doutoramento em Tecnologia Alimentar na mesma instituição, o que
lhe valeu o prémio de Tese de Doutoramento 2011, atribuído pela
Escola de Engenharia. É investigador de pós-doutoramento no CEB e
professor convidado do mestrado integrado em Engenharia
Biológica. Tem estabelecido parcerias com outras universidades e
centros de investigação, tendo passado pelas universidades de
Aveiro, Cork (Irlanda), Vigo (Espanha) e Estadual de Campinas
(Brasil). Em 2013, criou a spin-off Improveat, através da qual
promove o desenvolvimento de produtos inovadores para a indústria
alimentar. Miguel Cerqueira é autor de 120 publicações, foi
distinguido com vários prémios e nomeado com o Young
Scientist Award
pela União Internacional de Ciência e
Tecnologia de Alimentos.
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(Pub. Set/2015)