Uma equipa do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho e do Centro Clínico Académico - uma parceria da UMinho com o Hospital de Braga - está a contribuir para desenvolver terapêuticas que reduzam os sintomas e o sofrimento destes doentes. A primeira parte do trabalho em curso foi dos dez artigos mais lidos do ano na revista "Frontiers in Psichiatry" e a segunda parte foi premiada como melhor poster no 5º Curso Avançado de Psicofarmacoterapia, em Atenas, Grécia, e como melhor comunicação no III Fórum Neurociências Janssen, em Lisboa.
Em concreto, os investigadores Pedro Morgado, Paulo Marques, José Miguel Soares, João Cerqueira e Nuno Sousa descobriram como o stress pode influenciar ou agravar a doença e como se alteram os mecanismos de resposta do paciente perante o stress. Para tal, os cientistas associaram um marcador biológico (cortisol) e um marcador psicológico (escala do stress percebido). Os níveis elevados de cortisol e stress percebido correlacionaram-se com a gravidade da doença, nomeadamente com o seu componente obsessivo. Por outro lado, a equipa encontrou diferenças na ativação de algumas áreas do cérebro dos doentes, como o córtex orbitofrontal e a amígdala, em comparação com voluntários saudáveis. "Estes dados são um contributo valioso para a investigação e desenvolvimento de novas estratégias terapêutica", diz Pedro Morgado, que dedicou o doutoramento ao tema.
60% dos doentes melhoram após tratamento
Esta doença é um dos diagnósticos psiquiátricos mais frequentes. Caracteriza-se por pensamentos repetidos e intrusivos que causam ansiedade (obsessões) e provocam a necessidade de ações repetidas para aliviar o sofrimento (compulsões). Manifesta-se em todas as idades, sobretudo em adultos jovens, e afeta igualmente homens e mulheres. A Organização Mundial da Saúde considera-a uma das dez patologias mais incapacitantes na redução da qualidade de vida e dos rendimentos.
Estima-se que só um terço dos pacientes recebe tratamento farmacológico adequado, refere Pedro Morgado. O desconhecimento e o estigma associado também diminuem a procura de ajuda especializada. Cerca de 60% dos doentes melhoram após tratamento, que pode envolver meios psicofarmacológicos, psicoterapêuticos ou, em casos graves, terapêuticas físicas (estimulação cerebral profunda). No Hospital de Braga funciona uma consulta especializada no diagnóstico e no tratamento das perturbações do espectro obsessivo-compulsivo.
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(Pub. Jun/2015)