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Academia, 25.05.2015
Úlcera do pé diabético afeta mais a nível físico do que mental
UMinho
Um estudo da Escola de Psicologia da Universidade do Minho revela que as pessoas com pé diabético apresentam níveis de qualidade de vida "muito inferiores" aos da população em geral. Apesar de "comprometido", o bem-estar mental não é "tão afetado" como o físico. A doença do pé diabético custa anualmente ao Sistema Nacional de Saúde milhões de euros, além de ser a principal causa de amputação do membro inferior. Estima-se que em 2030 o número de pessoas com diabetes no mundo atinja os 552 milhões.


Distinguido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, o trabalho é da autoria de Susana Pedras, Maria da Graça Pereira, ambas da UMinho, e Rui Carvalho, da Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético do Centro Hospitalar do Porto. Teve como objetivo a avaliação da qualidade de vida dos doentes com pé diabético indicados para amputação. "O pé diabético, que atinge cerca de 15% dos pacientes diabéticos, reduz a mobilidade e dificulta a realização de tarefas simples, como os cuidados de higiene. É um problema de saúde que resulta da neuropatia - distúrbio nervoso causado pelos diabetes -  e da doença arterial periférica. Os sintomas incluem perda de sensibilidade local, dor e formigueiros", contextualiza Susana Pedras.

A investigação contou com uma amostra de 152 doentes, maioritariamente reformados e com uma idade média de 67 anos. Foram avaliados indicadores ligados às dimensões da qualidade de vida física e mental, tais como a dor, o funcionamento e a função física, a saúde geral, a vitalidade, a função social, a saúde mental e o desempenho emocional. "Os valores obtidos encontram-se abaixo dos previstos para a população portuguesa, sobretudo os relacionados com a dimensão física, pois é a que afeta de imediato o dia-a-dia das pessoas", acrescenta.

Reformadas com baixa escolaridade são mais vulneráveis

Acredita-se que a dimensão mental comece a ganhar relevância sobretudo no processo de reabilitação após a amputação. "O processo de luto pela perda de um membro, a recuperação e a adaptação às limitações são momentos difíceis. Por outro lado, os resultados indicam que, a médio prazo, a qualidade de vida aumenta se a amputação for feita abaixo do joelho e se a mobilidade melhorar", afirma a professora Maria da Graça Pereira.

As mulheres com mais de 65 anos, reformadas e com baixa escolaridade são o principal grupo de risco deste estudo. Conhecer ao pormenor esta realidade permite aos profissionais de saúde atuar de forma mais eficaz. "Os pacientes devem, por exemplo, ser encaminhados para acompanhamento psicológico quando apresentam dificuldades em aderir aos autocuidados, a fim de evitar a formação de úlceras, longos períodos de internamentos e tratamentos dolorosos", realça Susana Pedras.

Este estudo premiado enquadra-se numa linha de investigação sobre diabetes tipo 2, coordenada por Maria da Graça Pereira, cujo objetivo é analisar o impacto das variáveis psicológicas na adesão dos doentes com diabetes tipo 2 aos autocuidados e à medicação, na cicatrização das úlceras em pacientes com pé diabético e na qualidade de vida e adaptação à prótese em doentes com pé diabético amputado.

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(Pub. Mai/2015)

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