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Academia, 28.05.2015
Cientista da UMinho recebe a bolsa mais prestigiante da Europa
UMinho
O investigador João Mano, do Grupo 3B?s (membro do laboratório associado ICVS/3B?s da Universidade do Minho), acaba de receber a bolsa científica mais prestigiada na Europa. O cientista vai ter 2.5 milhões de euros até 2020 do Conselho Europeu de Investigação para um projeto de regeneração de tecidos humanos. O Ministério da Educação e Ciência já congratulou em comunicado o cientista da UMinho. A sua bolsa avançada (Advanced Grant) permite criar empregos, atrair cientistas de excelência, adquirir equipamentos e é também um balão de oxigénio face à conjuntura económica e aos cortes na ciência e ensino superior.


Esta é apenas a décima bolsa avançada que vem para Portugal em nove anos, a oitava para cientistas de nacionalidade portuguesa, sendo a segunda da UMinho e do Grupo 3B's (após a de Rui L. Reis, diretor do Grupo, em 2013). É atribuída a cientistas de topo e com projetos altamente competitivos, que rasgam as fronteiras da ciência. O projeto "ATLAS" de João Mano quer conseguir regenerar osso humano, fintando milhões de anos de evolução. A ideia é replicar exemplos de animais como a salamandra, que em pouco tempo retoma a capacidade funcional e anatómica de um membro amputado.

E como? Vão ser criados em laboratório pequenos reservatórios, combinando células do paciente com biomateriais porosos, que deverão depois proliferar e formar um tecido "vivo". Este será então implantado estrategicamente dentro do paciente, através de uma cirurgia não invasiva, favorecendo a substituição do defeito ósseo. "Na construção destes reservatórios teremos que saber condensar as combinações ótimas de vários tipos de células, ingredientes e estruturas, para serem bem aceites pelo sistema imunológico e vascular do paciente, integrarem-se nos tecidos circundantese poderem guiar e estimular a regeneração, de modo autorregulado e sem ajuda exterior", diz João Mano.

Desenvolver terapias avançadas

Para elaborar esses pequeníssimos puzzles de tecido "vivo", a equipa inclui peritos de bioengenharia, medicina, nanotecnologia, química, biologia, entre outras áreas. Mas o "ATLAS" quer também explorar o desenvolvimento de terapias avançadas. João Mano admite que esses reservatórios possam servir como modelos para testar doenças. Na prática, poderemos induzir uma doença e depois testar fármacos, sem sequer necessitarmos de ensaios clínicos ou em animais. "Simular doenças em laboratório, testar novas terapias e poder substituir os testes tradicionais é uma grande ambição da comunidade científica mundial", refere o investigador.

Nascido há 47 anos em Sintra, João Mano é vice-diretor e investigador do Grupo 3B's - Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos e professor no Departamento de Engenharia de Polímeros da Escola de Engenharia da UMinho. Já recebeu o prémio "Estímulo à Excelência" do Governo, o "Materials Science & Technology Prize" da Federação Europeia das Sociedades de Materiais e o Grande Prémio BES Inovação. Tem mais de 450 artigos em revistas internacionais e seis patentes, está no conselho editorial de várias revistas científicas e é convidado regularmente para conferências e projetos em vários países.

O Grupo 3B's tem em curso quatro dos maiores projetos europeus de sempre em Portugal, com financiamento exclusivo para uma instituição portuguesa (neste caso, a UMinho) superiores a 2.3 milhões de euros. São eles as duas bolsas avançadas do Conselho Europeu de Investigação referidas, o projeto REGPOT POLARIS em nanomedicina e o novo projeto ERA CHAIRS FoReCasT, para rastrear cancro com modelos de engenharia de tecidos.


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(pub. Mai/2015)

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