Com aInternacionalização e a Investigação em lugar de destaque nestas comemorações, foi apresentada a revista da Universidade, a qual realça estes tópicos, evidenciando a dimensão internacional da UMinho, seja, a mobilidade internacional dos seus estudantes, seja no acolhimento de estudantes estrangeiros, bem como a celebração de protocolos que reforçam a internacionalização do seu ensino. No entanto, Antonio Cunha realçou o desafio colocado à UMinho "o de tornar atrativa a nossa oferta educativa, no quadro de uma articulação virtuosa com as cidades que nos acolhem". Para além disso, a questão do ensino à distância assume principal relevo, estando a Universidade apostada no alargamento do número de estudantes estrangeiros.
No que toca à
investigação, a UMinho tem também expandido as suas parcerias,
sendo para o Reitor "A capacidade de atrair estudantes de
doutoramento de outros espaços geográficos é um sinal desse cada
vez maior reconhecimento internacional". Continuando, António
Cunha lamentou o processo de avaliação das unidades de
investigação levado a cabo pela FCT, não só pelos seus resultados
mas "também pelas metodologias adotadas" disse.
António Cunha deixou ainda uma mensagem de preocupação, mas também de esperança relativamente ao modelo de financiamento das universidades, referindo que "O financiamento dasinstituições conheceu nestes últimos dias novos dados na sequência da apresentação pelo Governo ao CRUP de um novo modelo de financiamento", uma vez que o atual modelo "apresenta graves inadequações", sendo que para o responsável, apesar da proposta parecer um passo "correto", chama a atenção que pode "tornar-se irrelevante se não for acompanhado de um reforço da dotação". O ensino superior em Portugal está Subfinanciado" afirmou.
No mesmo sentido, David Drewry, vice-presidente daEuropean University Association, afirma que é preciso pensar esse financiamento tendo em conta a independência financeira das instituições. "As universidades têm de ter a liberdade de se promoverem e de mostrarem o valor das conquistas dos seus estudantes", frisou. David Drewry afirmou estar impressionado com a capacidade da Universidade do Minho, já que apesar de ser uma "instituição muito recente, desenvolveu-se de uma forma muito rápida", contribuindo "de forma muito positiva para a investigação".
Álvaro Laborinho
Lúcio,presidente do Conselho Geral da
UMinho, também deixou uma imagem positiva do trabalho que se tem
realizado na UMinho. "Conhecemos a qualidade do
trabalho desta casa e da grande maioria daqueles que lhe dão
rosto no dia-a-dia da sua ação", afirmou. Para Laborinho Lúcio,
as universidades não podem deixar de "assumir como própria razão
da sua existência, a formação humana, cultural e científica, para
o bem das pessoas, dos povos e das
comunidades".
Carlos Videira,
presidente da Associação Académica da Universidade do Minho
(AAUM), deixou graves críticas ao modo como o governo tem gerido
as questões do Ensino Superior. Para Videira, existe uma "falta
de centralidade do Ensino Superior na prática governativa do
nosso país". Contestando "afalta de estratégia, o adiamento
sucessivo de reformas, a falta de coragem para assumir a formação
superior como uma prioridade e um desígnio".
Ainda assim, o
presidente da AAUM é da opinião que, "mesmo num quadro de grande
incerteza, e após mais de quatro décadas de afirmação nacional e
internacional", a UMinho tem a capacidade de voltar crescer, "de
forma ousada, sustentável, com prudência, mas sem medos".
Exigindo "umestudo sério e aprofundado sobre
a realidade do abandono escolar", uma revisão do "Programa
Retomar", uma revisão do "Regulamento de Atribuição de Bolsas de
Estudo", colocando de parte "qualquer atualização ou agravamento
do valor das propinas", e exigindo "um alargamento definitivo do
período de candidaturas do Fundo Social de Emergência para todo o
ano letivo".
Carlos Moedas,
comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, no seu
discurso, lido por Manuela Soares,desafiou a UMinho a tornar-se
"num
verdadeiro centro de inovação para a região, beneficiando das
oportunidades que se perfilam no âmbito do Programa-Quadro
Horizonte 2020 e tirando partido dos fundos estruturais",
realçando que "O financiamento no domínio da investigação
europeia é apenas atribuído aos melhores", afirmando que nesse
campo, a UMinho pode ainda ter melhorias.
A sessão contou ainda com o tradicional cortejo académico, com a entrega do Prémio de Mérito Científico 2015, ao Professor José António Teixeira, foram ainda entregues as Medalhas da Universidade aos funcionários mais antigos, os Prémios Escolares e Cartas Doutorais.
Os momentos musicais
estiveram a cargo do Coro Académico da UMinho, acompanhado pelo
Quinteto de Metais, formado por alunos do Departamento de Música,
sob a direção do maestro Rui Paulo Teixeira.
Texto: Telmo
Crisóstomo
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Fev/2015)