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Academia, 27.01.2015
Importância da Engenharia para o futuro esteve em debate na UMinho
UMinho
Decorreu de 22 a 27 de janeiro a 11ª edição da Semana da Escola de Engenharia (EE), uma semana em que a Escola celebrou também o seu 40º aniversário. As comemorações foram o mote para trazer à discussão, o passado, o presente e futuro da Engenharia, um momento por excelência da divulgação da Escola junto da comunidade académica, do ensino secundário e do público em geral.


Subordinada ao tema "Engenharia 2020", a Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) pretendeu durante esta semana celebrar o contributo da Engenharia para o futuro do país, a inovação, a empregabilidade e o desenvolvimento e sustentabilidade regionais.

Com a quase totalidade das iniciativas e ações a decorrerem no Campus de Azurém, a semana comemorativa abriu com a sessão solene do 40º aniversário da Escola, no passado dia 22, com o Presidente da Escola, João Monteiro a traçar aquilo que tem sido o percurso da EE, o seu presente e o que pretende ser no futuro. "A EE comemora quatro décadas de existência com uma evolução notável na qualidade de ensino e investigação que se levam a cabo diariamente" disse. 

Segundo o Presidente, a Escola tem sabido ao longo dos anos prestar um contributo extraordinário para o avanço da ciência e da tecnologia. "A Escola tem consolidado a sua posição entre as melhores instituições de ensino de Engenharia do país com visibilidade internacional" afirmou.

Sobre o presente, João Monteiro mencionou que a EE "é uma Escola madura, de olhos postos no futuro" a qual representa um terço da UMinho (éa maior escola da academia minhota, com 6 mil alunos e 302 docentes)e detém uma posição de relevo entre as instituições congéneres. Sendo que a preocupação também ficou visível nas suas palavras ao referir que a EE "tem alguns cursos com índices de satisfação da procura preocupantes".

Continuando, o professor destacou ainda a qualidade dos engenheiros formados na Escola, os quais são "reconhecidos a nível nacional e internacional pela sua qualidade, como profissionais de excelência". Não esquecendo os investigadores, referiu estarem entre os melhores "90% dos nossos investigadores estão enquadrados em candidaturas classificadas com muito bom, excelente e excecional".

João Monteiro falou ainda da ligação ao meio envolvente, e segundo este "Num relatório recentemente publicado pela FCT, a UMinho é apontada como uma instituição de topo no que se refere ao número e qualidade das relações de cooperação com a rede de indústria nacional", o que para o mesmo, disto decorrem as "inúmeras parcerias criadas para desenvolvimento de produtos e serviços inovadores".


Já a pensar no debate que se seguiria, "Engenharia: crescimento e desafios para as regiões", o Presidente da EE falou ainda da ligação às quatro cidades do quadrilátero urbano (Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão), referindo que tem sido ?estrategicamente considerada? procurando estabelecer uma dinâmica de ação que contribua diretamente para o desenvolvimento da região.

Com um painel composto pelo Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, os presidentes dos municípios do Quadrilátero Urbano - Miguel Gomes (Barcelos), Ricardo Rio (Braga), Leonel Rocha (vereador Famalicão), Domingos Bragança (Guimarães), o administrador da Bosch Car Multimedia Portugal, Sven Ost, e o reitor da UMinho, António Cunha, o debate primou pela qualidade, com excelentes contributos para aquilo que se quer e deve ser o quadrilátero urbano, para aquilo que deve ser a política de ordenamento do território, para aquilo que se quer do ambiente, para aquela que deve ser a posição da UMinho na região ou nas regiões em que está inserida.

Com a conversa a centrar-se em volta do quadrilátero urbano, este foi assumido como um"projeto político" pelos representantes dos quatro municípios presentes, que o classificaram de "Quadrilátero de ouro" que deve ser aproveitado para benefício da região, sendo para isso necessário que os quatro municípios definam e adotem uma estratégia clara em prol da região.

Para Domingos Bragança, Guimarães tem ganho muito com a presença da Universidade na cidade e "não prescinde do contributo interativo com a Universidade, nomeadamente com a Escola de Engenharia"disse. Sobre o quadrilátero, o presidente salientou a importância de haver entre os municípios "inteligência, tolerância, capacidade de convivência, separar o que é acessório e unirmo-nos no desenvolvimento deste espaço urbano". Já Ricardo Rio patenteou a ideia de que o quadrilátero não seja "uma mera oportunidade de aceder a financiamento, mas que seja o verdadeiro motor de desenvolvimento desta região", para isso, acrescentou que é preciso "falar, reunir e fazer-se um trabalho conjunto". Na mesma linha, Miguel Gomes disse ser preciso haver "vontade política", lembrando que diferente do anterior mandato em que andou a "reclamar", "hoje a situação é diferente" e os quatro presidentes têm conseguido reunir, por isso, vê futuro no quadrilátero. O vereador da Câmara de Famalicão, Leonel Rocha, que esteve neste processo desde a primeira hora, disse ser essencial para a continuação do projeto, o trabalho entre os municípios, referindo que "o futuro do quadrilátero é trabalhar com os parceiros", sublinhando que "os autarcas têm que ser cada vez mais engenheiros para encontrar pontes entre si, para trabalhar em conjunto e potenciar sinergias entre os municípios", afirmando que "o quadrilátero tem futuro".

A ideia da necessidade do trabalho conjunto foi unânime, a qual foi reforçada por Jorge Moreira da Silva que afirmou que "a Universidade do Minho, o poder local e as empresas podem vencer se trabalharem numa lógica de ecossistemas". O ministro recordou que Portugal foi reconhecido por ter as melhores políticas energéticas do mundo, ao nível da competitividade, segurança e abastecimento e sustentabilidade, com isso "a UMinho e a região ganham capacidade de atracão de investimento e internacionalização".

António Cunha destacou sobretudo a grandeza da Escola de Engenharia, referindo que esta é "um terço da Universidade e é a maior Escola". Salientando a importância da EE, lembrou a sua relevância para o tecido económico da região, bem como a nível da investigação. Para o futuro, o Reitor falou da maturidade da Escola, alertando-a de que é preciso pensar nos desafios e delinear a forma como os vai enfrentar, entre eles a falta de alunos e a forma como os atrair para os seus cursos, tanto os nacionais como os estrangeiros, mas salientando que a Escola ao longo dos anos tem mantido e continua a ter uma "relação feliz com a industria" sendo essencial no desenvolvimento da região.

A Semana contou ainda com um dia dedicado ao emprego, com presença de dezenas de empresas. Realizou-se ainda a cerimónia de entrega de diplomas e prémios e a cerimónia de graduação. Já no dia 26, decorreu uma sessão de esclarecimento para pais e orientadores vocacionais. Para fechar a semana da melhor forma, o dia 27 foi repleto de atividades para as escolas secundárias, sob o mote "O que faz falta é engenheirar a malta!"

Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves

(Pub. Jan/2015)

Arquivo de 2015