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Academia, 03.11.2014
Religião e ciência, uma união crucial para a Humanidade!
Braga
No âmbito do ciclo "UM Futuro", a UMinho apresentou na passada quarta-feira, 29 de outubro, no salão nobre da Reitoria, em Braga, a oitava e última sessão intitulada "UM Futuro para as religiões". A iniciativa contou com a participação de José Paulo Abreu, vigário geral da Arquidiocese de Braga, e Joshua Ruah, médico e presidente da assembleia geral da Comunidade Judaica Portuguesa, os quais manifestaram o seu ponto de vista no que diz respeito à importância dos princípios religiosos para o desenvolvimento do ser humano e da própria sociedade.


Com a moderação a cargo da professora do Instituto de Letras e Ciências Humanas, Ana Lúcia Curado e do historiador, José Eduardo Franco, o debate centrou-se principalmente na questão da relação/união entre religião e ciência dado que ambas são fundamentais para o quadro do saber.

Segundo o cónego João Paulo Abreu "a religião não é qualquer coisa que está para além da ciência,porque ela própria tem uma bíblia para ser estudada e verificada, mas o mais importante da religião é o facto de ela nos possibilitar a abertura para uma outra dimensão e para uma capacidade de superação do espaço e do tempo, por isso mesmo, a religião nunca vai acabar" disse. Para este, as religiões possuem um "imperativo ético", pois cada uma delas transmite os seus próprios valores. Relativamente ao caso dos católicos, o princípio imprescindível é o direito à vida, de forma a garantir essa mesma qualidade, o catolicismo relaciona-se com o mundo da ciência, recebendo tudo o que ela proporciona para o bem-estar na vida do ser humano.

Sobre esta questão, Joshua Ruah afirma que "Entre judeus nunca tivemos nenhum conflito entre a ciência e a religião. Para os judeus a ciência é toda ela aprendizagem e é interpretada, aliás, como uma forma de continuidade da criação que Deus delegou aos homens. Tudo o que pudermos fazer para criar, inovar e desenvolver faz também parte do princípio religioso de contribuição para a Humanidade" afirmou.

Outra das questões debatidas foi relativa à fundamental necessidade que as práticas religiosas têm para os seus praticantes ao nível da socialização. Destacando os intervenientes a grande importância dos espaços religiosos para a criação das relações humanas, que entre outras coisas combatem, muitas vezes, a solidão. Sendo chamada a atenção para a existência dos "inteligentes sem princípios", que por ausência de ética, depositam o conhecimento a favor do mal, da fraude, e da corrupção.

Sobre ofuturo das religiões na Europa, os conferencistas foram unânimes em dizer que a coexistência entre ciência e religião será pacifica, alertando para o expansionismo por parte da religião islâmica e muçulmana, o qual será difícil de combater por parte da Europa.

O encerramento da sessão "UM Futuro para as religiões" pôs termo à iniciativa "UM Futuro", a qual integrou o programa de celebrações dos 40 anos de existência da Universidade do Minho.


Texto: Marta Alves 


(Pub. Nov/2014)

Arquivo de 2014