umcidades--9-x2014
Academia, 20.10.2014
UM futuro para as cidades: conferência apontou que as cidades precisam de ser mais atrativas
UMinho
Esta foi uma das conclusões da conferência "UM Futuro para as Cidades" que juntou no majestoso salão medieval da reitoria da Universidade do Minho, os Presidentes das Câmaras das principais cidades do país, António Costa e Rui Moreira e o ex-mayor de Austin (Texas, EUA), Will Wynn, os quais trouxeram algumas novas perspetivas sobre o futuro das cidades.


O encontro que decorreu no passado dia 17 de outubro fechou a série de debates "UM futuro" que integraram o programa de comemorações do 40º aniversário da UMinho. José Mendes, vice-reitor da UMinho, foi o moderador da sessão que nos mostrou a condição das cidades do presente e perspetivou as cidades no futuro, considerando-se ainda a diferença entre as "nossas" cidades e a realidade de algumas das cidades nos EUA revelada pelo convidado Will Wynn.

Uma conversa muito prolífica em que os pontos fulcrais discutidos referiram-se essencialmente à criação de novos projectos de reabilitação dos centros urbanos, à evolução demográfica e ao crescimento citadino.

José Mendes afirmou convictamente que é muito importante a existência desta discussão, dado que Portugal é um país onde uma grande percentagem da população reside nas cidades, na sua maioria em Lisboa ou Porto.

Embora haja uma forte densidade populacional nas regiões metropolitanas, Rui Moreira considera que, nos últimos sessenta anos, a cidade do Porto está a perder habitantes. Já António Costa declarou que  
"Lisboa foi o concelho que mais desertificou nas últimas décadas". Sublinhando os autarcas, a importância de tornar as cidades portuguesas mais cativantes. Segundo o Presidente da Câmara do Porto, este problema tem solução, afirmando que "a fuga da população pode ser combatida, transformando a cidade num território confortável e interessante". Para este, é possível "construir a cidade perfeita" para os cidadãos. Já António Costa defende a ideia que é preciso "mais emprego, mais pessoas, mais cidades". Nos dias que correm, o grande desafio das cidades aponta para a atração dos mais jovens: "devemos apostar na fixação das novas gerações", visto que o aumento demográfico dos centros urbanos deve-se fundamentalmente "aos mais jovens, aos estudantes universitários e aos estrangeiros que vêm para Portugal", acrescentou.


Um dos assuntos que também mereceu relevo diz respeito à aposta em novos projetos, cujo intuito se baseie na recuperação do património urbano e ao crescimento demográfico e económico das áreas metropolitanas. Comentando o autarca portuense, a necessidade da reabilitação das cidades, através de Quma estratégia de reanimação". Salientando também a importância de "primeiro devemos pensar nas pessoas da cidade, depois nos turistas e nas atividades económicas".

Já o autarca lisboeta realçou a importância económica que a sua cidade tem adquirido, o que tem sido marcante para o seu progresso, referindo que "Lisboa tem sido um centro de atração para as empresas". Para este, a vivacidade da cidade constrói-se através do "conjunto dos diferentes tipos de oferta, e quanto mais oferta tiver uma cidade, mais atrativa é" disse.

Toda a partilha de conhecimento foi verdadeiramente uma mais-valia para todo o público presente, pois é crucial compreender e conhecer as perspectivas das figuras mais influentes e reflectir sobre o futuro da nossa pátria.

Texto: Marta Alves 

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Out/2014)

Arquivo de 2014