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Academia, 10.06.2014
UM futuro para a sociedade
UMinho
O Salão Nobre da Reitoria acolheu ontem, dia 4 de junho mais uma sessão do ciclo de conferências "UM futuro", criado com o objetivo de comemorar os 40 anos da Universidade do Minho. Desta vez D. Jorge Ortiga e Manuel Carvalho da Silva foram os convidados para, com a moderação de Helena Sousa, debater o futuro da sociedade.


Helena Sousa, presidente do ICS e moderadora deste debate, começou por realçar que a ideia foi juntar um "duo imprevisível". Notou que apesar das diferenças dos dois conferencistas, ambos são pessoas "contracorrente" de coletivo, colaboração e, principalmente, de pensamento independente, para assim poderem opinar livremente sobre este tema.

Tendo como tópicos centrais do debate, a Europa e o papel da universidade na sociedade. Quanto à Europa, D. Jorge Ortiga declara que acredita na Europa "desde que ela seja uma união europeia, com unidade do que é diferente" e sem intolerância. Já Carvalho da Silva considera que "a Europa não corresponde à nova realidade, tem de mudar e não continuar a massacrar o povo". Ambos lamentam as recentes Eleições Europeias e "a vitória da abstenção", sendo que o sociólogo Carvalho da Silva vê estes resultados como "reflexo da encruzilhada em que estamos". Ainda sobre a Europa, os conferencistas mostraram-se preocupados com o desemprego e a questão demográfica do aumento da esperança de vida e diminuição da taxa de natalidade. Carvalho da Silva realçou o papel do trabalho na nossa sociedade e explicou que "é preciso baixar os custos do trabalho, para haver emprego" e, ao mesmo tempo, que as condições laborais impostas são difíceis para a natalidade.

O papel da universidade na sociedade foi debatido de seguida. O Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, refletiu que aquilo que falta nas universidades é "a formação integral dos alunos". Carvalho da Silva salientou que a universidade deve preparar para o trabalho, cidadania e futuro, embora "o futuro esteja constrangido". No seguimento do debate sobre a universidade e a educação, os conferencistas apontaram as limitações que a cultura do individualismo traz às famílias, acrescentando D. Jorge Ortiga que "é necessário voltar a educar para a família, para em vez de ter família, ser família".

O Reitor da Universidade do Minho, António Cunha, agradeceu a presença e a disponibilidade de todos os intervenientes neste debate e a sessão encerrou com perguntas pertinentes, que certamente dariam para gerar um novo debate.

Texto: Marta Borges

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Jun/2014)

Arquivo de 2014