Com o objetivo de debater o futuro da saúde, foram trazidos à conversa temas importantes e desafiantes para a sociedade portuguesa em geral, tais como a ética na saúde, o financiamento da saúde, relação médico doente, promoção do bem-estar e saúda da população, avanços e desenvolvimento da investigação em saúde, avanços nas doenças infeciosas, velhice, entre outros.
Sobre o futuro, os
intervenientes referiram que devem ser avançadas decisões que
promovam a saúde das pessoas, deve haver uma educação para a
saúde, pois o país lucrará muito com isso "desejo conseguir que
as pessoas não sejam doentes" referiu Daniel Serrão. Já Jorge
Pinto Correia diz que a biologia quer "baralhar e dar de novo"
não quer a vida eterna afirmou.
A ética, uma questão
nem sempre tão linear, referiu-se que a evolução da medicina tem
sempre um preço, para se seguir muitas vezes com uma investigação
é preciso testar as coisas, fazer experiencias e por isso os
primeiros doentes que experimentam as descobertas feitas são
muitas vezes sacrificados para a medicina evoluir. "Na saúde mais
que a obsessão de perdurar é conseguir perdurar com qualidade"
disse Jorge Pinto.
Para além disso e
passando para a questão da relação entre médico e doente, ficou
bem patente que nesta relação devem existir e coexistir sempre
três vertentes, o bio, o psico e o social, pois só desta forma o
médico prestará um bom serviço e o doente será bem atendido
"quando perder o psicossocial deixa de ser médico" sublinhou
Daniel Serrão. Nesta simbiose, os intervenientes salientaram que
entre médico e doente, o doente precisa de sentir que alguém o
acompanha, que tem alguém ao seu lado que se preocupa com ele e
em quem pode confiar, "a educação para as virtudes durante o
curso é indispensável" afirmou Daniel Serrão.
A saúde que se fazia
há 40 anos é muito diferente da que é praticada atualmente, seja
em termos de educação, prevenção ou cura, seja saúde em crianças,
adultos e na velhice, sendo que um dos grandes avanços foi em
termos das doenças infeciosas, para as quais as vacinas, os
antibióticos e a água potável em muito vieram ajudar, tal como
referiuWalter Osswald "estes foram dos
grandes avanços da ciência na saúde", doenças que eram
normalmente mortais são agora prevenidas logo à nascença ou
deixaram de ser tão graves como eram.
Muito se disse e
muito ficou por dizer no que toca ao futuro da saúde, sendo de
destacar que o médico mais que tudo deve ser um clínico, pois os
doentes precisam disso.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno
Gonçalves
(Pub.
Mai/2014)