saude--61-2014
Academia, 19.05.2014
UMinho debateu futuro da Saúde
UMinho
Inserida nas comemorações dos 40 anos da UMinho, a conferência "UM futuro para a saúde" decorreu no passado dia 14 de maio e contou com as presenças do médico Daniel Serrão e dos professores Walter Osswald e Jorge Correia-Pinto, com moderação de Cecília Leão, presidente da Escola de Ciências da Saúde da UMinho.


Com o objetivo de debater o futuro da saúde, foram trazidos à conversa temas importantes e desafiantes para a sociedade portuguesa em geral, tais como a ética na saúde, o financiamento da saúde, relação médico doente, promoção do bem-estar e saúda da população, avanços e desenvolvimento da investigação em saúde, avanços nas doenças infeciosas, velhice, entre outros.

Sobre o futuro, os intervenientes referiram que devem ser avançadas decisões que promovam a saúde das pessoas, deve haver uma educação para a saúde, pois o país lucrará muito com isso "desejo conseguir que as pessoas não sejam doentes" referiu Daniel Serrão. Já Jorge Pinto Correia diz que a biologia quer "baralhar e dar de novo" não quer a vida eterna afirmou.

A ética, uma questão nem sempre tão linear, referiu-se que a evolução da medicina tem sempre um preço, para se seguir muitas vezes com uma investigação é preciso testar as coisas, fazer experiencias e por isso os primeiros doentes que experimentam as descobertas feitas são muitas vezes sacrificados para a medicina evoluir. "Na saúde mais que a obsessão de perdurar é conseguir perdurar com qualidade" disse Jorge Pinto.

Para além disso e passando para a questão da relação entre médico e doente, ficou bem patente que nesta relação devem existir e coexistir sempre três vertentes, o bio, o psico e o social, pois só desta forma o médico prestará um bom serviço e o doente será bem atendido "quando perder o psicossocial deixa de ser médico" sublinhou Daniel Serrão. Nesta simbiose, os intervenientes salientaram que entre médico e doente, o doente precisa de sentir que alguém o acompanha, que tem alguém ao seu lado que se preocupa com ele e em quem pode confiar, "a educação para as virtudes durante o curso é indispensável" afirmou Daniel Serrão.

A saúde que se fazia há 40 anos é muito diferente da que é praticada atualmente, seja em termos de educação, prevenção ou cura, seja saúde em crianças, adultos e na velhice, sendo que um dos grandes avanços foi em termos das doenças infeciosas, para as quais as vacinas, os antibióticos e a água potável em muito vieram ajudar, tal como referiuWalter Osswald "estes foram dos grandes avanços da ciência na saúde", doenças que eram normalmente mortais são agora prevenidas logo à nascença ou deixaram de ser tão graves como eram.

Muito se disse e muito ficou por dizer no que toca ao futuro da saúde, sendo de destacar que o médico mais que tudo deve ser um clínico, pois os doentes precisam disso.

Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves

(Pub. Mai/2014)

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