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Academia, 18.11.2013
“Hospital dos bonequinhos” levou as crianças ao hospital
Braga
Os estudantes de Medicina da Universidade do Minho vestiram-se a rigor para receber, uma vez mais, os bonequinhos das crianças. Foi de bata branca e identificados que, nos passados dias 13, 14 e 15, os "doutores" deram vida à iniciativa "Hospital dos bonequinhos".


A atividade desenvolvida pelo NEMUM, concretizou a sua sétima edição, tendo decorrido pela primeira vez no hospital de Braga, a qual contou com mais de 700 crianças dos 3 aos 6 anos, com vários alunos de medicina, alunos de educação básica, bem como alunos de outras universidades.

"O objetivo é familiarizar as crianças com o ambiente hospitalar, com os equipamentos médicos, com os tratamentos e todos os procedimentos que podem ocorrer num hospital e que por vezes acabam por ser hostis, principalmente para as crianças que acham tudo muito estranho, muito esquisito", contou Raquel Afonso, presidente do núcleo de estudantes de medicina.

Além disso, a possibilidade de levar os estudantes de medicina a comunicar com as crianças, a interagir e a mostrar as suas capacidades de promoção da saúde e de ensino, foram outros objetivos pensados nesta atividade.

Joana Silva, estudante do 2ºano de medicina, esteve na parte da triagem, o primeiro ponto de paragem das crianças. "Nós tentamos perceber o que é que o bonequinho que as crianças trazem tem. Fazemos perguntas do que dói, quando começou a doer, onde?". A seguir, é-lhes colocada uma pulseira, amarela ou vermelha, consoante a gravidade. A ideia é imitar um verdadeiro hospital, além de mostrar as coisas às crianças, também pô-las a fazer os procedimentos.

"Os mais pequenos não são tão fáceis, porque há meninos que têm mesmo medo e depois há outros que falam muito abertamente e dizem o que têm", refere.

A seguir as crianças aguardavam na sala de espera, onde estavam várias alunas de educação básica com jogos didáticos. Nos consultórios era feita a avaliação física, a auscultação, a apalpação do boneco e os exames complementares, como as análises, a TAC e o Raio-X, consoante o que o boneco precisasse. Era aqui que as crianças tinham um grande papel, pois era-lhes pedido que fossem elas a fazer os procedimentos. A sala de tratamentos e de cirurgia, a farmácia e as bancadas de saúde oral e de nutrição foram as últimas paragens.


"Mostramos quais são os alimentos bons e os alimentos maus, sinalizando com a cor vermelha e a verde", explicou Tatiana Guimarães da bancada de nutrição. A aluna do curso de Dietética e Nutrição do Instituto Politécnico de Bragança participou pela primeira vez nesta atividade e nunca tinha trabalhado com crianças tão pequenas.

A seguir era-lhes pedido que fizessem um desenho que caraterizasse a atividade. No fim, todos os desenhos serão afixados à entrada do hospital.

Lucas, de 5 anos, diz que o seu boneco se queixa de dor na bochecha e que até não dorme de noite. Com o medicamento na mão diz ter-lhe tirado sangue para ver o que tinha, e quando questionado sobre se doeu, respondeu prontamente que "não!".

Envolvidas nesta atividade estiveram também a administração do hospital de Braga com a cedência do espaço, a Câmara Municipal de Braga com o transporte das crianças e a Cruz Vermelha com a tenda dos tratamentos.

"Nós queremos que o hospital seja visto como um local de saúde e, portanto, todas as atividades que tenham a ver com a promoção da saúde são muito bem-vindas", contou João Ferreira, presidente da Comissão Executiva do Hospital de Braga

Sameiro Araújo vereadora da Câmara Municipal de Braga, concordou totalmente com a ideia dizendo: "Desmistificar o que é o hospital para estas crianças é fundamental".


Texto: Cátia Silva

(Pub. Nov/2013)

Arquivo de 2013