A atividade
desenvolvida pelo NEMUM, concretizou a sua sétima edição, tendo
decorrido pela primeira vez no hospital de Braga, a qual contou
com mais de 700 crianças dos 3 aos 6 anos, com vários alunos de
medicina, alunos de educação básica, bem como alunos de outras
universidades.
"O objetivo é
familiarizar as crianças com o ambiente hospitalar, com os
equipamentos médicos, com os tratamentos e todos os procedimentos
que podem ocorrer num hospital e que por vezes acabam por ser
hostis, principalmente para as crianças que acham tudo muito
estranho, muito esquisito", contou Raquel Afonso, presidente do
núcleo de estudantes de medicina.
Além disso, a
possibilidade de levar os estudantes de medicina a comunicar com
as crianças, a interagir e a mostrar as suas capacidades de
promoção da saúde e de ensino, foram outros objetivos pensados
nesta atividade.
Joana Silva,
estudante do 2ºano de medicina, esteve na parte da triagem, o
primeiro ponto de paragem das crianças. "Nós tentamos perceber o
que é que o bonequinho que as crianças trazem tem. Fazemos
perguntas do que dói, quando começou a doer, onde?". A seguir,
é-lhes colocada uma pulseira, amarela ou vermelha, consoante a
gravidade. A ideia é imitar um verdadeiro hospital, além de
mostrar as coisas às crianças, também pô-las a fazer os
procedimentos.
"Os mais pequenos
não são tão fáceis, porque há meninos que têm mesmo medo e depois
há outros que falam muito abertamente e dizem o que têm",
refere.
A seguir as crianças
aguardavam na sala de espera, onde estavam várias alunas de
educação básica com jogos didáticos. Nos consultórios era feita a
avaliação física, a auscultação, a apalpação do boneco e os
exames complementares, como as análises, a TAC e o Raio-X,
consoante o que o boneco precisasse. Era aqui que as crianças
tinham um grande papel, pois era-lhes pedido que fossem elas a
fazer os procedimentos. A sala de tratamentos e de cirurgia, a
farmácia e as bancadas de saúde oral e de nutrição foram as
últimas paragens.
"Mostramos quais são
os alimentos bons e os alimentos maus, sinalizando com a cor
vermelha e a verde", explicou Tatiana Guimarães da bancada de
nutrição. A aluna do curso de Dietética e Nutrição do Instituto
Politécnico de Bragança participou pela primeira vez nesta
atividade e nunca tinha trabalhado com crianças tão
pequenas.
A seguir era-lhes
pedido que fizessem um desenho que caraterizasse a atividade. No
fim, todos os desenhos serão afixados à entrada do
hospital.
Lucas, de 5 anos,
diz que o seu boneco se queixa de dor na bochecha e que até não
dorme de noite. Com o medicamento na mão diz ter-lhe tirado
sangue para ver o que tinha, e quando questionado sobre se doeu,
respondeu prontamente que "não!".
Envolvidas nesta
atividade estiveram também a administração do hospital de Braga
com a cedência do espaço, a Câmara Municipal de Braga com o
transporte das crianças e a Cruz Vermelha com a tenda dos
tratamentos.
"Nós queremos que o
hospital seja visto como um local de saúde e, portanto, todas as
atividades que tenham a ver com a promoção da saúde são muito
bem-vindas", contou João Ferreira, presidente da Comissão
Executiva do Hospital de Braga
Sameiro Araújo
vereadora da Câmara Municipal de Braga, concordou totalmente com
a ideia dizendo: "Desmistificar o que é o hospital para estas
crianças é fundamental".
Texto: Cátia Silva
(Pub. Nov/2013)