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Academia, 28.06.2013
Aluno da UMinho produziu o espetáculo com a maior assistência de sempre
UMinho
Sérgio Ferreira, aluno da Universidade do Minho, foi o diretor de vídeo do espetáculo ao ar livre com a maior assistência de sempre - 3.5 milhões de pessoas, diz o Livro do Guinness. Tratou-se da performance "Oxygen" de Jean Michel-Jarre, nos 850 anos da cidade de Moscovo, em 1997. O luso-descendente de 44 anos também teve projetos para Daft Punk, Lenny Kravitz, Iggy Pop e Beastie Boys, entre outros.


Sérgio Ferreira está a terminar o mestrado em Tecnologia e Arte Digital da UMinho.Em paralelo, o criativo dedica-se ao ?video mapping? (projeção em superfícies irregulares) e é convidado para workshops e apresentações em vários países. O seu trabalho "Among", que junta uma colónia de formigas a uma instalação de luz e som, foi recentemente premiado pela Fundación Telefónica no VIDA 13.0, um concurso de referência mundial na investigação artística e vida artificial.

Um autodidata muito motivado

Mas nem tudo foi fácil. Filho de emigrantes portugueses humildes, Sérgio Ferreira nasceu em Nice (França) e teve a infância em Rabat (Marrocos). Começou a trabalhar num matadouro em Antuérpia (Holanda), seis dias por semana, e depois na limpeza de fábricas e parques subterrâneos. Mudou-se para Newcastle (Inglaterra) e foi a montar palcos, inclusive para tournées dos Rolling Stones ou Tina Turner, que se aperfeiçoou no design de luzes e multimédia. "Seguia a evolução dos computadores, eletrónica, BD e essa mistura acentuou a minha curiosidade", justifica.O autodidatismo e o forte empenho fizeram o resto.

A sua inovadora manipulação de vídeos cativou o artista Jean Michel-Jarre, que logo o chamou. "Não diria que essa reunião na sua casa em Paris mudou a minha vida profissional, mas certamente ajudou a evoluir", salienta o "criativo contemporâneo". "O conceito da mega-atuação de Moscovo foi centrado no grafismo da propaganda russa", recorda. Sérgio Ferreira acumulou depois convites de bandas consagradas como os Daft Punk, na altura com o sucesso "Around the world".Trabalhou também para as televisões RTL, VTM e para as multinacionais Riverland, Ernst & Young, PwC, ArKaos e Shell, em cargos como direção de iluminação e vídeo ou consultoria em new media. Estabeleceu-se em definitivo no Porto na sequência da sua exibição tridimensional para a Porto 2001. Seguiram-se "Tu trazes cor" para a Casa da Música - paredes a mudar de cor e emitir sons à passagem do público - e projeções gigantes no castelo de Montalegre ou na Guimarães 2012. Cofundou a empresa Ula.Li e o coletivo public*reality, entre outros.

Quer criar bonecos musicais sensoriais

Entrou na UMinho graças ao seu currículo profissional relevante, pois tinha apenas a quarta classe. "Queria estruturar o conhecimento que adquiri ao longo dos anos e o contexto académico pareceu-me ideal. Tem sido uma ótima experiência aprofundar a investigação, partilhar ideias com professores e colegas, estabelecer parcerias extracurriculares", resume Sérgio Ferreira. O projeto que tem em mãos, "Tangible Sound Toys", pretende produzir artefactos embebidos com recursos comunicativos (software), para "criar brinquedos de som exploratórios, virtuais e tangíveis, que sejam transformadores e sensoriais" para os mais novos.

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(Pub. Jun/2013)

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