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Academia, 09.04.2013
Sete em cada dez mulheres sofrem de disfunção sexual
UMinho
Sete em cada dez mulheres sofrem de disfunção sexual feminina, decorrente principalmente de problemas associados ao orgasmo, conclui um estudo da Escola de Ciências da Saúde Universidade do Minho. Mais de metade das mulheres avaliadas dizem não conseguir atingir o orgasmo devido ao stress (30,7%), bem como a dores durante o ato sexual, ao vaginismo e a experiências sexuais indesejadas.


O estudo, intitulado "Disfunção Sexual Feminina em idade reprodutiva - prevalência a fatores associados", é um dos primeiros a ser desenvolvido a nível nacional para esta faixa etária. O trabalho pretendeu determinar a prevalência global daquela disfunção e dos seus subtipos em mulheres com idades compreendidas entre os 18 e 57 anos, bem como analisar se existe uma associação com fatores sociodemográficos, método contracetivo ou pré-existência de experiências sexuais negativas. "Esta disfunção traduz-se por uma alteração em qualquer uma das fases do ciclo de resposta sexual (desejo, excitação e orgasmo) ou ainda por perturbações dolorosas associadas ao ato sexual", contextualiza a autora Bárbara Ribeiro, alertando para o facto de apenas metade destas mulheres encararem a disfunção como um "problema".

"As restantes tendem a desvalorizar os sintomas. Muitas delas ainda não encaram uma vida sexual plena como parte integrante da sua satisfação pessoal, atribuindo mais valor a outros fatores, nomeadamente a vida familiar e a relação com o parceiro. O desconhecimento sobre a respetiva sexualidade faz com que algumas não considerem determinadas disfunções como um problema ou algo fora da normalidade", explica a licenciada em Medicina pela UMinho. Ainda assim, é importante ter em conta a opinião de cada mulher e "não problematizar a sexualidade se esta não afetar a sua qualidade de vida", acrescenta.


Contraceção hormonal diminui desejo

Os resultados mostram ainda que a frequência com a qual estas mulheres têm relações sexuais diminui de 12 para 8 vezes por mês. No que diz respeito à perturbação do orgasmo, esta é uma situação que afeta cerca de 20% das mulheres em todas as faixas etárias. Foram ainda encontradas relações diretas entre a contraceção hormonal/perturbação do desejo e a aversão sexual/experiências sexuais indesejadas. Isto é, 93% das participantes vítimas de violação apresentam disfunção sexual e aquelas que usam contracetivo hormonal têm uma probabilidade 2,6 vezes superior de vir a sofrer de diminuição do desejo sexual, quando comparadas às que recorrem a outro método contracetivo.

As participantes entrevistadas eram utentes de um centro de saúde do distrito de Braga, sendo que a maioria delas era casada (64.2%), com o 12.° ano de escolaridade (23,3%) e empregada (72.6%). A média de idades encontrada foi de 35,6 anos. O grau de escolaridade, a profissão, a média de idade das mulheres e dos respetivos parceiros e o número de filhos ?não são fatores? que afetem a existência da disfunção sexual feminina. A sua prevalência é elevada, situando-se entre os 25 e os 63% a nível mundial, embora os estudos realizados sejam ainda escassos. Num trabalho desenvolvido nos EUA, em 31.581 mulheres entre os 18 e os 102 anos, cerca de 43% apresentavam alguma queixa neste sentido.

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(Pub. Abr/2013)

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