O Projetovisa facilitar as transações eletrónicas e diminuir a utilização de notas e moeda, baixar os custos associados às transações eletrónicas e estimular os pagamentos com dispositivos móveis. Um instrumento que no futuro irá certamente facilitar a vida de clientes e empresas/serviços.
O MobiPag é, acima
de tudo, um projeto de Investigação e desenvolvimento
tecnológico, para o qual Bancos, empresas de telecomunicações e
tecnológicas nacionais se uniram para desenvolver uma solução
para pagamentos móveis. O projeto, apoiado pelo Centro de
Excelência em Desmaterialização de Transações (CEDT) e
materializado na plataforma MobiPag, visa reforçar a eficiência
do sistema de pagamentos português.
A ideia base é
vulgarizar a desmaterialização do dinheiro, ou seja, fazer
pagamentos através do telemóvel e garantir uma maior comodidade
no transporte, uma gestão mais fácil das transações, maior
segurança e também mais benefícios para as partes envolvidas,
sejam os consumidores, os lojistas, a banca ou os operadores de
transações eletrónicas. Sendo que para Helena Leite, coordenadora
do projeto, o objetivo principal do projeto é "gerar valor
acrescentado", reiterando ainda que "este serviço é a base para
que outros possam ser criados".
O Piloto
demonstrador, que pretendeu dar a conhecer, testar e avaliar a
MobiPag, foi realizado no Campus de Azurém e teve como ambiente
as múltiplas realidades com que os estudantes têm de conviver no
seu dia-a-dia, sejam elas pagamentos de bens e serviços nos
bares, compra e validação de senhas de refeição, compra e
validação de títulos de transporte e obtenção de cupões de
oferta, experimentando desta forma diferentes ambientes e
diferentes tipos de transações.
Para isso, 18
voluntários, estudantes da UMinho realizaram essas ações,
recorrendo ao uso de telemóveis (smartphones) com tecnologia NFC
(Comunicação por aproximação), neste caso foram usados telemóveis
Samsung Galaxy SIII, sendo que estes telemóveis tinham instalada
a aplicação MobiPag (suportada por tecnologia open mobile e SIMs
da nova geração).
O Piloto
demonstrador "correu muito bem", disse Rui José (CEDT) na
apresentação dos resultados, tendo sido possível efetuar com
sucesso as várias operações previstas, ou seja, as transações de
pagamentos com equipamentos móveis utilizando a tecnologia NFC em
diferentes setores de atividade.
Para Celeste Pereira
(Diretora do Departamento Alimentar dos SASUM), a experiencia
"decorreu muito bem", mencionando ainda que "o sistema tem uma
funcionalidade elevada", assinalando como principais vantagens,
as transações sem dinheiro, o tempo de operação nos bares e
compra de senha de refeição, inferior a uma operação MB
(multibanco) e mesmo a uma operação de registo que envolva
trocos. Na validação da cantina, segundo a responsável "poderia
ser competitivo com sistema de leitura de passagem (tipo
supermercado) em vez de leitura de contacto, para a refeição
standard, sendo que "a validação de refeição de cantina com
complemento, como obrigará a registo, será mais demorada que a
validação atual? afirma. No global, mesmo contando com alguns
incrementos de tempo em algumas operações, pela
versatilidade, transação sem dinheiro e conveniência
para os alunos, Celeste Pereira afirma que "o sistema seria
certamente do interesse dos SASUM".
Apesar de tudo, e do
consórcio pretender finalizar o projeto até finais de abril, os
desafios ao projeto ainda são muitos. Para se poder realizar o
Piloto, os sistemas operativos dos telemóveis utilizados tiveram
de ser modificados, e a tecnologia API de acesso ao SIM card só
muito recentemente foi implementada e por isso apenas um número
reduzido de telemóveis a tem!
Assim e no
essencial, para que o projeto se possa desenvolver, será
necessário a massificação e estandardização da tecnologia NFC nos
dispositivos móveis e desenvolvimento de negócios sustentáveis de
atrair os "players".
O projeto contou com
o envolvimento de várias organizações portuguesas. No campo do
desenvolvimento, participaram as empresas CardMobili,
Creativesystems, Multicert, Portugal Telecom e Wintouch, bem como
a Universidade do Minho, a Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto e o Instituto Superior Técnico. No que diz
respeito à vertente do negócio, a MobiPag contou com a
participação das organizações Optimus, TMN, Vodafone Portugal,
SIBS e CTT e dos bancos Millennium BCP, BES, BPI, Caixa Geral de
Depósitos, Mastercard Europa e Visa Europa.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Abr/2013)