O programa começou com a sessão de abertura solene, onde esteve presente o reitor da Universidade do Minho (Prof. António Cunha), a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Guimarães (Dra. Francisca Abreu), a representante do Presidente da Escola de Engenharia (Profa. Madalena Araújo), o Presidente da Sociedade Portuguesa de Robótica (Prof. Luis Paulo Reis), o Diretor do Centro Algoritmi (Prof. João Monteiro) e o responsável pela empresa SAR - Soluções de Automação e Robótica (Eng. José Cruz) parceiros na organização deste evento.
Este ano esta
iniciativa bateu o record de inscrições, com 448 participantes
distribuídos por 112 equipas, entre as quais se encontrava uma
equipa dinamarquesa, que recebeu as boas-vindas em inglês na
sessão de abertura do evento. O professor de matemática e de
físico-química dinamarquês, Mads Madsen, veio acompanhado de três
estudantes com idades entre os 15 e os 16 anos. Teve conhecimento
da iniciativa através de um professor da UMinho, numa visita a
Portugal, em São Pedro do Sul, e espera "aprender muito sobre
robôs". Os três elementos da equipa "Danish nerds",
assim chamada, tinham a expectativa de se divertirem e também de
"aprender mais sobre robótica".
Foram três dias non-stop , preenchidos por sessões de formação, competições e ainda por atividades lúdicas e desportivas. Primeiro têm formação para soldar os componentes, depois para montar o robô e, por fim, para a aprender a programar. No último dia, as equipas disputaram o troféu em três provas distintas: a Prova de Obstáculos, onde os robôs têm uma espécie de labirinto; a Prova de Perseguição em que dois robôs competem para ver qual o primeiro que consegue "capturar" o adversário; e, por fim, a Prova de Dança, a que mais tem atraído o público, segundo Fernando Ribeiro, Professor do Departamento de Eletrónica Industrial da Universidade do Minho que está à frente da organização da Roboparty desde a primeira edição. Nesta prova, quatro equipas desenvolvem uma coreografia em conjunto, pudendo livremente escolher a música e enfeitar os robôs.
Este ano, a faixa
etária dos participantes foi desde os oito até aos 63 anos. No
entanto, para Fernando Ribeiro, o ideal é que tenham mais de 11
anos, acrescentando que "aceitam todas as equipas, de preferência
que não saibam robótica". Foi o caso da equipa de José Leme,
professor de Física do 12º ano, que trouxe a sua equipa de alunos
para a Roboparty por "terem mostrado entusiasmo pela iniciativa,
embora não percebam nada de eletrónica".
Foram também vários
os participantes repetentes neste evento. João Pedro Moreira, do
10ºano da Escola Secundária Martins Sarmento, foi um deles. Já
participou há dois anos e voltou porque gostou da experiência
onde aprendeu "a programar e a soldar componentes" afirmando que
o mais difícil foi a programação pois "é algo diferente" do que
já fez. Mas é também por influência dos pais que algumas crianças
vêm à Roboparty. Ana Chaves, aluna do 6º ano, veio porque o pai
"arranjou a atividade" e por considerar "divertido" saber como se
monta e como reage um robô.
Independentemente
dos conhecimentos de robótica das equipas, todas elas são
acompanhadas por voluntários que prestam todo o apoio necessário.
No total, a organização conta com cerca de uma centena de
colaboradores. Para André Pereira, voluntário e um dos elementos
da comissão organizadora, "é muito gratificante ver que há
participação dos mais novos e ver que é uma área muito
interessante para eles".
No final do evento
decorreu a entrega dos prémios aos três primeiros classificados
das provas. Assim na prova de Obstáculos, o primeiro classificado
foi a equipa "LAR" da Universidade do Minho, em 2º a equipa
"Knight Rider" da Escola Profissional de Rio Maior e em
3º
a "Robotronik" do
Colégio Diogo de Sousa.
Na prova de
perseguição, a 1ª classificada foi a "Transformers Team" da
Escola Profissional do Alto Lima, em 2º ficou a "Roboys" do
Agrupamento de Escolas de Gouveia e em 3º a "Robotmir" do
Agrupamento de Escola de Mira.
A prova de dança realizou-se em conjuntos de 4 equipas, para incentivar o intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos e a comunicação entre as equipas, daí o prémio ser partilhado por várias equipas.
A importância deste evento para a Universidade do Minho reflete-se também no crescente número de inscrições que o Departamento de Eletrónica Industrial tem registado. "É interessante ver que nos últimos anos temos preenchido sempre as vagas e as médias têm subido, e quando vamos ver, muitos alunos já participaram na Roboparty." Para Fernando Ribeiro, esta iniciativa "ajuda a cativar alguns alunos" e também a motivá-los para a ciência e tecnologia.
Texto: Amália
Carvalho
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Mar/2013)