O JN pretendeu para além de sinalizar o seu aniversário, destacar a sua presença no norte, sendo esta a primeira de seisconferências por vários pontos do norte do país de forma a elevar os valores da proximidade, para que o JN seja visto como um parceiro no quotidiano das pessoas.
Procurando mostrar
algumas visões sobre o estado do país, sobre a crise, sobre a
importância do norte no contexto geral do país e no contributo
deste para a saída da crise, sobre o papel dos empresários, da
banca e das câmaras na economia do distrito de Braga, a
conferênciajuntou no mesmo espaço, Manuel
Tavares, diretor do JN, Carvalho da Silva, ex. líderda CGTP
, o Reitor da UMinho, Antonio
Cunha, o Vice-reitor da UMinho, José Mendes, o Presidente da
Fundação Cidade de Guimarães, João Serra, o Secretário de Estado
da Segurança Social, Marco Antonio Costa, entre
outros.
Antonio Cunha
destacou na cerimónia de abertura, a parceria importante entre a
UMinho e o JN, órgão que segundo este "faz um equilíbrio notável"
não perdendo a ligação às suas raízes que viram o jornal nascer.
O Reitor acredita que as regiões vão ganhar valor no próximo
quadro europeu, no qual é dado maior centralidade às regiões, bem
como às universidades, contando que este trajeto "se faça na
companhia do JN".
Sob o tema "Que
Estado estamos dispostos a pagar" Carvalho da Silva, falou sobre
o estado social e sobre o seu desenvolvimento, pretendendo
sobretudo "despertar consciências". Segundo este "não estamos num
ciclo normal, estamos na imergência de uma nova era". Para o
sociólogo, "a sociedade portuguesa está no caminho do
empobrecimento", mostrando-se muito preocupado com um problema
atual, acreditando que se não foram implementadas no caminho que
estamos a seguir as coisas tenderão a piorar.
Já na parte da
tarde, o Vice-reitor para a Inovação e Empreendedorismo, José
Mendes, falou sobre "Empreendedorismo e criação de riqueza. O
caso do Baixo Minho" onde focou essencialmente as potencialidades
da região para a criação de novas empresas. "O país tem um
desequilíbrio crónico da balança comercial em cada ano" exporta
menos 35% do seu PIB, o que segundo este "só se passa com os
países grandes "pois grande parte da sua produção é consumida
internamente, por isso Portugal tem de inverter isso. "Num mundo
globalizado é difícil encontrar quotas de mercado, mas é aí que
inovação e empreendedorismo são fundamentais, mas numa lógica
territorializada" disse.
Sobre a sub-região
do Cávado e do Ave, o Vice-reitor disse que "tem condições
ímpares para ser uma start-up". Uma região que conjuga capital
humano, capital intelectual, cultura empreendedora e cultura
exportadora. Para além disso, esta região cresceu 4,3% em dez
anos, tem a população mais jovem a nível nacional, a criação de
empresas em Braga é mais dinâmica, temos uma rede estradas muito
boa, por isso, José Mendes diz que Braga tem "condições para
afirmar-se, mas falta-lhe criar uma marca". Segundo este temos de
deixar o discurso da crise e passar ao discurso da marca, "temos
de criar a nossa marca para podermos levar a nossa imagem lá
fora" referiu.
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Texto: Ana
Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves