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Academia, 05.02.2013
Investigadora da UMinho defende interação entre pais e filhos para uma utilização mais segura da Internet
UMinho
Os softwares para prevenir condutas de risco dos jovens nas redes sociais são pouco eficazes, conclui um doutoramento da Escola de Psicologia da Universidade do Minho. Para a investigadora Fátima Abreu Ferreira, uma das melhores estratégias para prevenir a exposição aos riscos no mundo online passa pela interação direta entre pais e filhos. O seu estudo, desenvolvido entre 2009 e 2012, centrou-se na avaliação da vitimização online, comparando este fenómeno entre Portugal, Espanha e Reino Unido numa amostra de 2565 estudantes entre os 10 aos 18 anos de idade.


Os resultados apontam ociberbullyingcomo sendo o risco mais frequente nos três países, seguido dociberstalking(assédio persistente) e das solicitações sexuais. Indicam também que as estratégias de mediação ativa e restritiva, que combinam a imposição de regras sobre o uso da Internet e a discussão da utilização que é feita da mesma, como as mais eficazes na prevenção da exposição aos riscos online. "A Internet é um ambiente anárquico, fluído e em constante mutação, ao qual os jovens têm uma grande facilidade em se adaptar, pelo que os cuidadores não devem depositar toda a sua confiança apenas na implementação de filtros que impeçam o acesso a determinados conteúdos. Aliás, este filtros podem ser facilmente desativados pelo adolescente ao ver tutoriais no YouTube, por exemplo", esclarece a doutoranda em Psicologia da Justiça na UMinho.

Para Fátima Abreu Ferreira, a conversa no mundo real continua a ser o melhor meio para lidar com o que se passa nas redes virtuais. Ainda assim, usar apenas um tipo de estratégia pode não ser o ideal. Os pais "devem estar disponíveis" para cruzar vários cenários. Ou seja, estabelecer regras acerca da utilização da Internet, que passem não por uma imposição mas sim por uma discussão com os filhos acerca da importância de certos cuidados e comportamentos a adotar. "Desta forma, é igualmente criado um ambiente de segurança para que, em situações em que não é possível controlar a exposição aos riscos, os jovens se sintam confortáveis em revelar o acontecimento e se sintam apoiados para geri-lo da melhor forma", vinca.

Fátima Abreu Ferreira nasceu na Guarda há 29 anos e é psicóloga, investigadora e professora. Está a concluir o doutoramento na UMinho, com a tese "Vitimização Online: Os riscos de viver na era digital". Tem as licenciaturas em Aconselhamento Psicossocial e em Psicologia e a pós-graduação em Aconselhamento, todas pelo Instituto Superior da Maia (ISMAI), no qual também foi docente cinco anos. Trabalha em projetos de investigação das universidades do Minho, Coimbra e do ISMAI, centrando a pesquisa nos temas da violência (online, doméstica, escolar, praxes académicas, relações amorosas) e na sexualidade feminina. Tem algumas dezenas de publicações científicas e participa em congressos em vários países. O seu site éwww.fatimaabreuferreira.com.

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(Pub. Fev/2013)

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