O Arquiteto Nuno Portas, pai do ministro Paulo Portas, teve como padrinho deste "Honoris Causa", o antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, um amigo de longa data que neste momento alto esteve ao seu lado elevando a cerimónia.
A proposta para
atribuição deste título a Nuno Portas surgiu da Escola de
Arquitetura da Universidade do Minho (EAUM) que obteve parecer
positivo e foi aprovada tendo em conta o seu percurso académico e
profissional bem como a sua ligação à Universidade do
Minho.
Esta foi a primeira
vez que a UMinho realizou um doutoramento "Honoris Causa" fora de
"portas". O
pátio interior do Paço dos Duques foi o palco
escolhido para acolher amigos, familiares, convidados e as
figuras ilustres que quiseram marcar presença. Um reconhecimento
também pela consultoria urbanística à Câmara de Guimarães e
investigação aplicada no território do Vale do Ave.
Nuno Portas foi um obreiro da EAUM, mérito reconhecido pelo atual presidente, Vincenzo Riso que referiu que esta proposta de doutoramento foi aprovada por unanimidade pelo conselho científico "uma forma de lhe mostrarmos o nosso reconhecimento pelo seu percurso académico e publico, pelo seu percurso científico e profissional de exceção na área da arquitetura e do urbanismo" disse. Para o presidente da EAUM "Os caminhos de Nuno Portas sempre foram procurando princípios de ordenamento e beleza, princípios de coerência entre passado, presente e o futuro, ou por vezes procurando a realização de adequadas condições para a vivência quotidiana das pessoas" declarou. Com este reconhecimento, a EAUM pretendeu "celebrar a exemplaridade da sua obra" afirmou Vincenzo Riso.
Jorge Sampaio, que apadrinhou o doutoramento, referiu não se conseguir distanciar da longa amizade que o une a Nuno Portas "Fazer dela tabua rasa, num propósito de distanciamento crítico e de acrescida imparcialidade, não seria justo nem razoável" afirmou. O antigo presidente debruçou-se sobre o percurso do arquiteto, que segundo ele "tanto nos faz pensar naquelas figuras da Renascença". Para Jorge Sampaio, o agora doutorado pela UMinho é um ser "generoso, criativo e irrequieto", reforçando ainda que "Com o Nuno Portas aprende-se sempre. Só por isto, ele é naturalmente um homem de saber e um pedagogo, o que justifica que a partir de hoje fique entre os Doutores Honoris Causa da Universidade do Minho, referiu.
O distinguido, Nuno Portas mostrou-se muito comovido com tudo o que foi dito sobre si e com a distinção que a UMinho lhe fez (sendo o seu segundo "Honoris Causa", o primeiro foi pela Universidade de Aveiro), um reconhecimento, segundo ele também pela consultoria feita durante décadas ao Município de Guimarães e investigação no Vale do Ave.
Nuno Portas afirmou não ter chegado "aqui por mérito próprio ou exclusivo", o seu percurso foi resultado da aprendizagem e cooperação com outros grandes homens e instituições.
Por ultimo, o arquiteto deixou ainda uma preocupação no ar às instituições académicas do norte "a da formação e pesquisa do ordenamento territorial e urbano". Agradecendo à instituição académica a que agora passou a pertencer, Nuno Portas diz "Não me reconheço como um ganhador. Já me dou por feliz se puder continuar a ser simplesmente um tentador" afirmou.
O Reitor começou por homenagear o percurso de Nuno Portas, referindo que a UMinho apenas outorga este titulo "a personalidades de mérito eminente nacionais ou estrangeiras "mas mais do isso, a UMinho tem vindo a utilizar esta figura para homenagear personalidades que cumpram estes requisitos mas cujo percurso e obra tenham cruzado com a nossa Universidade" disse. Este foi ainda o primeiro grau que a UMinho concedeu nesta área do conhecimento.
Para António Cunha esta personalidade merece ser reconhecida, por isso subscreveu a propostas apresentada pela EAUM "O carater inovador, a lucidez e o mérito da obra de Nuno Portas" são exemplos que o Reitor aponta, onde devemos encontrar energia e a razão para se manter a esperança na Universidade Portuguesa.
Texto: Ana Marques
(Pub. Out/2012)