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Academia, 11.10.2012
Investigadora da UMinho faz avanços no tratamento de doenças pulmonares
UMinho
Cristina Nogueira-Silva, investigadora da Escola de Ciências da Saúde (ECS) da Universidade do Minho, testou com sucesso um fármaco capaz de resolver malformações relacionadas com o crescimento do pulmão fetal. Estas malformações estão associadas a elevadas taxas de mortalidade dos recém-nascidos. A substância, que já foi avaliada em animais, poderá vir a ser administrada em mulheres grávidas cujos fetos apresentem situações semelhantes, com o objetivo de assegurar o crescimento e as funções pulmonares e aumentar a taxa de sobrevivência dos envolvidos, sem ter efeitos secundários na mãe ou na respetiva criança.


A descoberta deve-se ao facto de a académica ter estudado na sua tese de doutoramento novos reguladores do desenvolvimento pulmonar, nomeadamente o sistema renina-angiotensina, classicamente envolvido na regulação da tensão arterial. Nos seus trabalhos, a investigadora prova que o fármaco PD-123319 pode ser utilizado para o tratamento da hipoplasia pulmonar fetal, ou seja, o subdesenvolvimento deste órgão. "Isso pode resolver muitos problemas ligados a doenças pulmonares congénitas. Por exemplo, no caso da hérnia diafragmática congénita (HDC) - buraco no diafragma que permite que o conteúdo abdominal chegue à cavidade torácica -, os recém-nascidos apresentam dificuldade respiratória grave após o nascimento", explica Cristina Nogueira-Silva.

"Apesar da imensa investigação clínica e variedade de novas soluções terapêuticas, nomeadamente técnicas sofisticadas de ventilação assistida e unidades de cuidados intensivos neonatais, a taxa de mortalidade associada à HDC permanece renitentemente em valores próximos dos 50 por cento", acrescenta. Este trabalho de investigação apresenta uma nova esperança terapêutica para estes recém-nascidos e suas famílias. Foi reconhecido e publicado por relevantes revistas internacionais da área, nomeadamente PLos ONE e Molecular Medicine.

Cristina Nogueira-Silva, de 28 anos, foi a primeira médica licenciada pela ECS da UMinho a obter, através do percurso tradicional, o doutoramento em Medicina nesta Escola. Teve vários prémios e distinções, como o Prémio Daniel Serrão (2008). É desde 2005 professora da ECS e investigadora do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde e do Laboratório Associado ICVS/3B's da instituição minhota e trabalha há quatro anos como interna da especialidade de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga. Com o seu doutoramento, esta jovem médica cumpriu um feito "pouco habitual" no percurso académico de um médico: o de obter o grau de doutor ainda sem ter concluído a especialidade. Cristina é (co)autora de 14 artigos publicados em revistas internacionais, três em revistas portuguesas e um capítulo de livro, tendo também realizado mais de 80 comunicações para congressos nacionais e internacionais.

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(Pub. Out/2012)

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