O modelo identifica e classifica qualquer território de acordo com o tipo de crescimento registado, permitindo aos peritos identificar rapidamente áreas prioritárias, bem como desenhar e implementar ações específicas que visem o controlo da expansão urbana. A equipa concluiu que os instrumentos de planeamento devem ser redefinidos para serem flexíveis e responder rapidamente à mudança. O algoritmo desenvolvido abre ainda caminho para a classificação automática de áreas urbanas a nível global, explica Jorge M. Pacheco, coordenador do estudo e professor do Departamento de Matemática e Aplicações da Escola de Ciências da UMinho.
Em todo o mundo tem aumentado o ritmo de desenvolvimento das cidades e é crucial o acesso imediato a informações relevantes para compreender e regular o uso das áreas e a sua evolução no tempo, um processo que nos dias de hoje é ainda longo e complexo e que exige análise e intervenção humana especializada.
Nesse sentido, os cientistas Jorge M. Pacheco, Sara Encarnação, Marcos Gaudiano, Francisco C. Santos e José A. Tenedório fizeram a análise fractal espácio-temporal de uma área metropolitana (Lisboa, margem Norte, período 1960-2004) e verificaram um padrão de auto-organização no tempo e espaço - as áreas construídas evoluem tipicamente de áreas dispersas de pequena dimensão para áreas progressivamente mais compactas através de padrões de crescimento bem definidos. Identificaram também zonas que necessitavam de intervenção atempada. Por exemplo, a periferia Norte de Lisboa, em Malveira e Mafra, exibia em 2004 padrões semelhantes aos dos subúrbios de Cascais, Sintra ou Oeiras nos anos 60, pelo que o conhecimento adquirido pode servir para atuar em tempo útil na periferia Norte, controlando o aparecimento de espaços dispersos e fragmentados.
O modelo desenvolvido não só gera uma representação cartográfica e a classificação de áreas construídas, como também identifica, podendo em certos casos prever, as áreas geográficas que requerem o planeamento mais próximo e a sua regulação. Além disso, os autores mostraram como os diferentes tipos de locais identificados co-evoluem, o que exige políticas flexíveis, no tempo certo e adaptadas aos constrangimentos humanos e ambientais. "A redefinição da ação destes instrumentos teóricos poderá talvez vir a induzir um novo paradigma para o ordenamento e planeamento territorial", sublinha Jorge M. Pacheco.
O projeto de investigação envolveu, para além de Jorge M. Pacheco, do Departamento de Matemática e Aplicações da Universidade do Minho, o Grupo ATP do Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais da Universidade de Lisboa, o Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional (e-Geo) da Universidade Nova de Lisboa e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID) da Universidade Técnica de Lisboa.
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(Pub. Jul/2012)