António José Seguro, secretário-geral do Partido Socialista, esteve ontem, dia 9 de maio, nas comemorações do Dia da Europa na Universidade do Minho (UMinho). O líder do PS veio proferir a conferência "Um novo caminho para a Europa", durante a qual defendeu a eleição de um presidente da Europa, criticou o excesso austeridade e a falta de sentido de Estado do atual governo, garantindo que a crise na União Europeia só será ultrapassada com reformas institucionais.
A conferência teve lugar na Escola de Economia e Gestão (EEG), no
campus de Gualtar, e contou com a presença do Presidente da EEG,
Prof. Rocha Armada e do Prof. Isabel Estrada. Posteriormente
decorreu um debate, respondendo António José Seguro às perguntas
do público presente.
O secretário-geral do PS acusou o Governo de falta de sentido de
Estado, dizendo que "a lógica do bom aluno seguidista é um erro e
que esta se paga caro. Afirmando que "se fosse Primeiro-Ministro
não teria adotado estas medidas de austeridade", explicando que
eram necessárias medidas de austeridade devido à situação do
país, mas que o atual Governo tem exagerado nessas medidas. "Há
dez meses atrás, quando critiquei as medidas de austeridade
apresentei propostas e olharam para mim como se fosse um político
ingénuo, agora percebem que tenho razão" disse. O responsável do
PS disse ainda que vai voltar apresentar uma "adenda" ao Tratado
Europeu com doze medidas concretas de crescimento, a mesma que o
Governo recusou anteriormente.
Para Seguro o Tratado Europeu não promove o crescimento económico
e o emprego, afirmando que "é preciso tomar decisões e abandonar
as medidas de austeridade excessiva que, podem aumentar as
receitas mas não aumentam a produtividade". Seguro enunciou "o
crescimento económico e políticas de emprego" como a solução para
a "crisona" que a Europa enfrenta. ?Defendo a consolidação das
contas públicas, mas coligadas com emprego e
desenvolvimento económico? afirma.

Para além destas propostas, Seguro defendeu a eleição de um
Presidente para a Europa por todos os europeus, que as pessoas
possam optar por um projeto político, um projeto único para todos
os europeus, transmitindo que se deve pôr um fim à ambiguidade
que existe na União Económica e Monetária, que afirmou "não tem
sabido enfrentar a crise", apontando o federalismo como o
caminho. Para o líder do PS "quando decidimos partilhar um
destino, todos devemos ser responsáveis, mas também todos nos
devemos ajudar". Reiterando que a Europa deve ter não só uma
dimensão económica mas também social, Seguro defende "uma Europa
mais humana, uma Europa dos cidadãos, que tenha meios para
resolver os problemas com que se depara".
António José Seguro lançou ainda a ideia de que a Europa deveria
poder emitir moeda. Exigindo mais poderes para o Banco Europeu de
Investimentos e o Banco Central Europeu, afirmou ainda que estas
instituições devem poder "emprestar dinheiro diretamente aos
Estados-membros", pois segundo este não tem lógica este
empréstimo ter de passar pelos bancos, que recebem o dinheiro à
taxa de 1% e depois emprestam ao Estado a 6% ou 7%. Relativamente
a isto, o líder socialista diz preferir ?um bocadinho de
inflação", com da emissão de moeda europeia, a "um bocadão de
desemprego", consequência das políticas de austeridade.
No final, o Reitor da UMinho encerrou a cerimónia, agradecendo ao
líder socialista e convidando-o para "dar"outras aulas na
UMinho.
Texto: Ana Marques
anac@sas.uminho.pt
(Pub. Mai/2012)