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Academia, 27.03.2012
UMinho envolvida num novo sistema revolucionário de identificação de espécies
UMinho
Está a nascer um sistema revolucionário de identificação de espécies celulares com base no exame de uma pequena porção do DNA dos organismos. O Consórcio para o Código de Barras da Vida é já o maior projeto de biodiversidade de sempre, com mais de 200 instituições de 50 países. O seu principal programa é o iBOL - International Barcode of Life, no qual Portugal é representado pela Universidade do Minho (UMinho).


As metas são criar a biblioteca mundial de códigos de barras de DNA das espécies, agilizando o conhecimento taxonómico dos organismos e, desse modo, auxiliando o controlo da autenticidade de alimentos, a deteção facilitada de pragas agrícolas, o controlo rápido de produtos na chegada às alfândegas, a bioprospecção e a conservação e monitorização da biodiversidade. "Conhecemos dois milhões de espécies, mas estima-se que haja cinco vezes mais; há um trabalho titânico por fazer", diz o professor Filipe Costa, do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da UMinho.

Criador dos DNA barcodes amanhã na UMinho

O anfiteatro da Escola de Ciências da UMinho, no campus de Gualtar, Braga, recebe esta quarta-feira, dia 28, às 9h30, a sessão pública de encerramento do projeto LUSOMARBOL - Lusitanian Marine Barcode of Life, financiado pela FCT e que faz parte do iBOL. Paul Hebert, criador do conceito "DNA barcodes" e professor da Universidade de Guelph (Canadá) , estreia-se em Portugal para revelar os progressos do projeto. Gary Carvalho, coordenador do projeto europeu FishPopTrace e da Universidade de Bangor (Reino Unido) , vai falar da tecnologia de sequenciação de última geração na investigação da biodiversidade marinha. Vão intervir ainda Cândida Lucas, Filipe Costa e Luísa Borges (todos da UMinho), Marina Cunha (Universidade de Aveiro) e Manuela Parente (Universidade dos Açores).

Inventariar antes da extinção das espécies

Os avanços tecnológicos vão acelerar a inventariação das plantas, animais, fungos, algas e eucariotas unicelulares, sob pena de muitas espécies se extinguirem antes mesmo de serem descobertas. O termo "DNA barcode" vem em analogia aos códigos de barras de produtos comerciais, ao traduzir num conjunto específico de caracteres a identidade de cada espécie. Prevê-se que o cidadão possa, por exemplo, colocar uma pata de inseto num equipamento e este indicar os atributos biológicos e ecológicos do organismo, de forma fácil, rápida e rigorosa. "O sistema será vital para monitorizar espécies com impacto negativo na saúde humana", nota Filipe Costa. O investigador representa Portugal no comité científico do iBOL, entre 26 países. Já o Consórcio para o Código de Barras da Vida (CBOL) reúne mais de 200 entidades, como os grandes museus de História natural (Londres, Paris, Smithsonian), universidades, centros de pesquisa e laboratórios governamentais como a Food and Environment Research Agency (Reino Unido).

Aplicações práticas

O cidadão comum tem necessidade premente, num curto período, de identificar espécies e a nova abordagem permitirá várias vantagens, assegura Filipe Costa. No controlo de qualidade dos alimentos caminha-se para que o consumidor possa aferir por exemplo se as espécies dispersas na caldeirada congelada são as indicadas ou se a lata de conserva tem cavala ou sarda. Na bioprospecção espera-se detetar novas plantas com propriedades medicinais. A nível da monitorização, identificar ovos e larvas de peixe quanto à ocorrência, distribuição e época de postura garantirá a avaliação precisa dos mananciais pesqueiros.

Já no controlo de organismos patogénicos e pragas, crê-se na identificação mais eficaz das espécies de mosquitos que transmitem a malária e, entre vários aspetos, no reconhecimento ágil das espécies invasoras que se estão a expandir em vários locais do globo, muitas delas trazidas nas águas de lastro dos navios. Por fim, a chegada dos produtos as alfândegas. A lista de quarentena da UE contém 275 espécies, o que por si só é mais um desafio dos futuros códigos de barras de DNA num comércio cada vez mais global.


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(Pub. Mar/2012)

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