A sessão abriu com a assinatura do protocolo entre a UMinho e o Correio da Manhã (C.M.), uma parceria onde no essencial o jornal se compromete a receber anualmente 3 alunos em estágios remunerados de seis meses, desde que estes concluam com excecional aproveitamento o mestrado em Ciências da Comunicação, para além disso serão ainda realizadas em cooperação três conferências temáticas por ano, sendo que tanto o jornal como a Universidade disponibilizarão pessoas, seja para os debates, seja como fontes de informação.
A assinatura contou com a presença do reitor António Cunha, da pró-reitora, Felisbela Lopes, do administrador da Cofina, Borges de Oliveira, e do diretor do "Correio da Manhã", Octávio Ribeiro.
A conferência foi
marcada pelas opiniões algo opostas, mas coincidentes em muitos
pontos, do diretor-adjunto do Correio da Manhã e do
vice-presidente da Escola de Economia e
Gestão.
Armando Esteves Pereira afirma que o "seu" jornal "faz
jornalismo" sendo que para este o essencial nesta área é a
independência e a ética profissional. Referindo que os
portugueses "são grandes consumidores da imprensa económica", o
Correio da Manhã tem sabido ir de encontro às preferências da
população e, talvez por isso seja o jornal mais lido em Portugal.
Falando de um estudo de mestrado, declarou que o C.M. é o jornal
que mais manchetes de economia faz "é em tempos de crise que as
pessoas leem mais economia" afirmou.
Para este o
jornalismo económico foi beneficiado com a crise, os jornalistas
reforçaram a sua investigação na área, afirmando que "não
dependemos das fontes, a investigação é essencial no nosso
jornal". O diretor-adjunto disse ainda o C.M. evidencia-se pela
investigação que faz, pautando-se pela liberdade, independência e
rigor, pois segundo este "cidadãos melhor informados contribuem
para uma melhor democracia".
Já Fernando
Alexandre afirmou perante a assistência que atualmente as pessoas
percebem muito mais de economia, sendo que nisso o jornalismo tem
tido um papel muito importante, dizendo até que "o único tema que
consegue concorrer com o desporto é a economia". Mas este admitiu
que nem sempre o jornalismo faz o seu papel, devendo por vezes
ser mais incisivo na forma como passa as suas mensagens. "A forma
como se faz a transição da informação tem de ser com rigor pois é
a mensagem que as pessoas vão receber" disse. Para este, os média
ouvem sempre os mesmos comentadores/opinion makers e, por isso
muitas vezes a mensagem passada é sempre a mesma, deveriam
potenciar a diversidade de opiniões. Referindo-se à questão das
reformas, segundo este a comunicação social deveria dizer às
pessoas claramente que dentro de pouco anos não haverá
reformas.
Para o docente da EEG é necessário colocar-se um teto ao valor
das reformas como já fazem alguns países "temos de passar de um
sistema de repartição para um sistema de capitalização". Em vez
de serem os que trabalham a pagar diretamente as pensões dos que
estão reformados, quem trabalha desconta para a sua própria
reforma. Segundo este as pensões "podem acabar a muito curto
prazo, basta o colapso do euro" afirma. Esperando que o BCE não
deixe.
Texto: Ana
Marques
anac@sas.uminho.pt
Fotografia: Amália Carvalho
(Pub. Dez/2011)