Segundo Paulo Lourenço, professor do Departamento de Engenharia Civil da UMinho, "este projeto envolve fundamentalmente a engenharia civil, mas reúne outras competências da engenharia eletrónica, da engenharia dos materiais e das comunicações, criando desta forma um grupo de investigação multidisciplinar que envolve dezoito centros de investigação em todo o mundo, quinze deles na Europa".
O trabalho começa com a recolha de toda a informação existente sobre a proteção sísmica deste tipo de construções antigas, seguindo-se uma análise e ensaios novos, focados essencialmente nas relações das ligações pavimento/parede e parede/parede, sobre as quais há ainda pouca informação recolhida. Posteriormente, através de simulações em computador será possível extrapolar os dados para a generalidade das construções, prevendo os seus níveis de segurança através de padrões definidos pelo estudo. No sentido de desenvolver uma metodologia a aplicar em situações reais, o projeto irá avançar para várias aplicações no Centro e Sul da Europa e no Norte de África, explica Paulo Lourenço, que é cocoordenador do NIKER.
Portugal no Top 20 do turismo cultural mundial
A abordagem multidisciplinar vai permitir numa fase avançada o desenvolvimento de novos materiais e sistemas de intrusão inovadores para a utilização na recuperação e manutenção dos edifícios antigos. "Genericamente, o projeto acaba por envolver três vertentes do saber, resultando na obtenção do conhecimento, no desenvolvimento de novos materiais e na forma de aplicação final de materiais e métodos", realça Paulo Lourenço, que venceu recentemente o Prémio Scalzi, considerado o "Nobel da Alvenaria".
O património cultural exige, por parte das entidades governamentais, um investimento económico que é fundamental para a sua proteção contra efeitos extremos e catástrofes naturais. Estatisticamente, Portugal está no Top 20 do turismo cultural mundial e a Europa tem oito países no Top 10, fazendo com que, enquanto atividade económica, represente uma fonte de rendimento importante, cifrando-se na ordem dos 10% do PIB europeu. A acrescentar à perda irrecuperável de vidas humanas, em cada episódio sísmico há uma delapidação significativa em bens do património cultural.
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(Pub. Nov/2011)