No dia 4 de Outubro, o Largo da Oliveira em Guimarães recebeu mais umas Serenatas Velhas, que deram início ao ciclo musical da Recepção ao Caloiro. Nas três noites seguintes, 16 atuações de seis bandas, seis Djs e quatro tunas, deram as boas-vindas aos novos alunos da Universidade do Minho (UMinho), através da sua performance musical. Nomes sonantes como Emanuel, Xutos e Pontapés, Linda Martini, M.A.N.D.Y. e Miguel Rendeiro, foram os escolhidos pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) para cabeça de cartaz.
O ponto mais alto da Receção foi a noite de quarta-feira, dia 5,
com a atuação de Emanuel. "Foi uma das noites mais participadas
dos últimos quatro anos. Os alunos gostam de ter uma noite
popular e esta foi uma boa aposta", afirmou a vice-presidente do
departamento recreativo da AAUMinho, Marisa Ribeiro, em
entrevista ao UMDicas. A adesão ao cartaz deste ano bateu, mais
uma vez, recorde na compra dos bilhetes gerais. Este ano,
venderam-se cerca de 3 mil contra os 2 mil e trezentos do ano
passado. Em média, estiveram presentes 5 mil pessoas entre as
noites de quarta e sexta-feira.
Um contributo importante para o sucesso de um evento destas dimensões é também o convite que a AAUMinho faz a todas as licenciaturas para marcarem a sua presença através das barraquinhas de curso. Estiveram presentes 26 barracas, das 31 que se candidataram inicialmente, mais os dois Bares Académicos de Braga e Guimarães. Desta vez, as bebidas foram compradas diretamente à AAUMinho, "para controlar a qualidade das bebidas brancas e para se obter algum lucro", justificou Marisa.
O UMDicas esteve a falar com alguns dos representantes das
barracas de curso, que de uma forma geral falaram em lucros, mas
destacaram a necessidade de se criarem estratégias de vendas.
"Com algumas promoções conseguimos cobrir as despesas e ainda ter
lucros. Este ano temos de comprar as bebidas à AAUMinho e os
esforços para atrair clientes dobram", afirmou a responsável da
Comissão de Festas do curso de Administração Pública, Carla
Alves. Com o mesmo objetivo "obter lucro e cobrir as despesas", o
curso de Bioquímica, para além das promoções, como a venda de
cartões para oferta de uma bebida extra na compra de 3, tenta
"atender os clientes com um sorriso", nas palavras de Diana
Rodrigues, representante do curso. No entanto, as expectativas
nem sempre foram realizadas. "A margem de lucro está um pouco
abaixo do que se esperava", confessou um dos alunos de Engenharia
Civil, José Rodrigues, que esteve nas vendas da barraca.
A Associação preocupa-se também com outros serviços fundamentais como o dos transportes. Para a cidade de Braga, estiveram disponibilizados em média 10 autocarros, e para Guimarães, uma média de três. Os estudantes puderam usufruir gratuitamente deste serviço tanto para se deslocarem até ao pavilhão, a partir das 22h, como para o regresso, que se inicia por volta das 4h.
A Gata na Saúde, que ocupa sempre um cantinho do recinto, é mais
um dos apoios fundamentais para todos aqueles, que de alguma
maneira, possam precisar de cuidados de saúde. A equipa, composta
por quatro Bombeiros e três alunos de Medicina ou Enfermagem,
divide-se por dois turnos. O primeiro, das 23h às 2h30, é o mais
pacífico e o que atende menos pessoas. Já o segundo, a partir das
2h30, tem mais afluência. Uma média de 20 pessoas. A intoxicação
etílica, algumas lacerações (feridas) ou desmaios, são os
principais motivos que levam ali as pessoas. Na noite de
quarta-feira, a noite mais conturbada, foram atendidas 46
pessoas, seis das quais, em coma alcoólico, que tiveram de ser
transportadas até ao Hospital.
Neste evento, os alunos procuram acima de tudo a diversão e a
fruição dos concertos musicais que dão vida àquele espaço.
"Estamos aqui para desfrutar do ambiente académico e ouvir boa
música portuguesa", afirmou Sofia Carvalho, estudante do curso de
Eletrónica. "Vim aqui para me divertir. Acho que o cartaz está
melhor do que o do ano passado", é a opinião de outra estudante
de Direito, Marta Oliveira. "Este tipo de concertos é importante
para integrar os alunos", defende Sara Matos, estudante de
Sociologia.
A Receção ao Caloiro é fundamentalmente, "um momento de integração dos novos alunos" e o "culminar de todo um programa de acolhimento que se inicia na semana das matrículas", na opinião do presidente da AAUMinho, Luís Rodrigues, em entrevista ao UMDicas. Na sua opinião, procura-se desmistificar esta realidade estranha para aqueles que chegaram, e acredita que este tipo de eventos "marcará os melhores anos das suas vidas". Foi nesse sentido, que ao longo da semana de acolhimento, "com base em metodologias de educação não formal", a AAUMinho tentou promover dinâmicas que estimulem a integração dos alunos.
Houve "uma adesão muito positiva de todos os estudantes" e Luís Rodrigues, deixa ainda uma mensagem de coragem "para todos aqueles que abraçaram este grande desafio que é o Ensino Superior".
Texto e Fotografia: Amália Carvalho
(Pub. Out/2011)