O estudo, inserido no Projeto Mobilidade Sustentável e promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente, envolveu 15 centros de investigação e 40 municípios.
O trabalho teve como objetivo analisar as condições de deslocação nos aglomerados urbanos de Póvoa de Lanhoso, Arcos de Valdevez, Viana de Castelo e Barcelos. A existência de deficiências neste âmbito obriga os cidadãos a utilizar o veículo individual, acarretando níveis elevados de poluição atmosférica e de ruído ambiental, congestionamento nas horas de ponta, estacionamento ilegal e um aumento da sinistralidade, defende Paulo Ribeiro. "Viabilizar meios de transporte adequados é uma forma de minorar esta situação", explica o investigador, que coloca a tónica nas mais-valias dos transportes coletivos e dos modos suaves - pedonal e ciclável.
O paradigma da mobilidade difere consoante o município. Nos Arcos de Valdevez, os técnicos atentaram na requalificação do centro urbano, aumentando os fluxos pedonais e aproveitando a ligação ao rio Vez para torná-lo mais atrativo. Diminuir o impacte do tráfego pesado, que causa ruído, poluição e sinistralidade, foi outra sugestão. No caso da Póvoa de Lanhoso, verificaram-se alguns constrangimentos na rede de infraestruturas pedonais, isto é, bermas em mau estado, árvores colocadas sobre passeios e a inexistência de paragens de autocarros com abrigo junto das escolas.
Quanto a Viana do Castelo, focou-se principalmente a promoção da eficiência de outros modos de transportes que não o particular, nomeadamente o ciclável, para além da criação de um sistema de monitorização da qualidade do ar e ruído. Em Barcelos, o aspeto mais notório foi a inexistência de um serviço de transportes coletivos com caráter urbano, que se reflete na falta de um interface de transportes que contemple simultaneamente a estação de caminho-de-ferro e a central de camionagem.
Envelhecimento da população requer novas infraestruturas
Apesar de as medidas não terem sido aplicadas, o engenheiro mostra-se otimista: "O importante é que esta ferramenta esteja nas autarquias pronta a ser executada. Acredito que devemos ter paciência e perceber que a mobilidade sustentável alcança-se paulatinamente com ações programadas no tempo e no espaço para atingir verdadeiros padrões de sustentabilidade", afirma.
O investigador dá ainda o exemplo de Lisboa, que está a apostar na promoção dos modos de transportes suaves, nomeadamente ao nível da prevenção e segurança rodoviária. "Na capital pretende-se corrigir cerca de sete mil passadeiras com problemas para as pessoas invisuais ou com mobilidade condicionada. A população está a envelhecer e vai perdendo capacidades. É uma realidade com a qual vamos ter que viver, sendo que estas questões são cada vez mais importantes para o bem-estar social", reforça Paulo Ribeiro.
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(Pub. Out/2011)