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Academia, 05.09.2011
PIEP da Universidade do Minho desenvolve pranchas inovadoras
UMinho
O Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) da Universidade do Minho desenvolveu uma forma mundialmente inovadora para produzir o miolo das pranchas de surf, bodyboard e longboard. O método traz menos custos e mão-de-obra, maior capacidade de personalização e a possibilidade futura de se produzir espumas das pranchas a partir de materiais biológicos.

Os produtos são comercializados em vários continentes pela Masterblank, cuja gerente já venceu o Prémio Jovem Empreendedor do Ano. 

Só no século XX a cultura polinésia do surf penetrou no Ocidente. E só nas últimas décadas as tábuas de madeira de 3.7 metros e 68 quilos foram substituídas por plásticos especiais, como o poliuretano, ficando mais leves e deslizantes. Na maioria das pranchas manteve-se uma tira central e longitudinal de madeira, para conferir resistência. Surgiu a dúvida: como fazer pranchas em série e evitar o seu pendor manual, casando o poliuretano com a madeira e, em simultâneo, conferindo um design aerodinâmico e costumizado? Foi isso que o PIEP investigou durante um ano. Resultado: criou um bloco vertical de espumas técnicas com a tal tira de madeira; daí, uma máquina específica lamina o bloco consoante a curvatura e forma desejada pelos shapers (principais clientes), que depois decoram a gosto.

A ordem para inovar partiu da jovem empresa Masterblank, de Alcobaça, que queria comercializar blanks (o recheio das pranchas), na sequência do fecho da maior produtora mundial, a norte-americana Clark Foam. O assunto foi entregue no PIEP ao professor Fernando Moura Duarte e a Andreia Vilela, recém-licenciada em Engenharia de Polímeros na UMinho. O objectivo era o fabrico independente, automatizado e com baixo custo unitário. Até aí vingava o método tradicional. Ou seja, modelar a prancha, aplicar a espuma (um líquido que expande até ficar rígido) e fazer o corte manual longitudinal para introduzir a placa de madeira, sendo esta colada dos dois lados à espuma; depois deixava-se alguns dias a prancha num molde para garantir pressão e boa adesão e, finalmente, eliminava-se excessos de madeira.

Equipa valida que polímero MDI é apto para pranchas

A equipa de investigação caracterizou ainda os vários tipos de pranchas existentes, cujo comportamento é definido pelo compromisso entre densidade/rigidez e a facilidade com que o material flutua/desliza. Os peritos validaram também, pela primeira vez na Europa e talvez no mundo, um novo sistema para fazer espumas de pranchas de surf, baseado no MDI (difenilmetano diisocianato), um polímero mais amigo do ambiente e da saúde.

"Este projecto em parceria com a Masterblank coloca o PIEP na vanguarda internacional da área. Com enorme satisfação, encontrámos respostas para as diversas dúvidas", concretiza Fernando Duarte, para concluir: "Os desafios tornam-se mais aliciantes quando têm aplicação prática, é a relação biunívoca universidade/indústria". Com o conhecimento adquirido, a firma de Alcobaça alarga-se a outros mercados, nomeadamente a produção de espumas rígidas para isolamento térmico e acústico de edifícios, para frio industrial e para carroçarias isotérmicas. A empresa continua a ser a única fabricante de blanks no país e das raras na Europa.

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(Pub. Set/2011)

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