Quatro biólogos
portugueses coordenam o volume especial de Maio da revista
internacional ''Biological Invasions'', publicada pela Springer,
a principal editora de publicações científicas, técnicas e
médicas no mundo. O volume traz 14 artigos sobre as implicações
das espécies invasoras no funcionamento dos ecossistemas e os
seus impactos económicos. Por exemplo, em Portugal destacam-se os
problemas gerados pela introdução de espécies como a acácia, o
chorão, a conteira, o jacinto de água, a amêijoa asiática, o
lagostim vermelho, a carpa, o visão-americano e o nemátode dos
pinheiros.
Os biólogos Ronaldo
Sousa (Universidade do Minho), Pedro Morais (Centro Internacional
para a Ecohidrologia Costeira - UNESCO), Ester Dias (Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar) e Carlos Antunes (Aquamuseu do
Rio Minho), todos eles também ligados ao Centro Interdisciplinar
de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do
Porto, prefaciam o volume especial da revista, que se intitula
''Invasive species and ecosystem functioning: time to merge''. O
suplemento vem na sequência do primeiro congresso internacional
sobre o tema - I World Conference on Biological Invasions and
Ecosystem Functioning (BIOLIEF), que foi organizado pelos quatro
cientistas em 2009 e reuniu no Porto mais de 300 investigadores
de 42 países.
A publicação
especial realça que o estudo de invasões biológicas produz
resultados essenciais para o debate sobre a biodiversidade e o
funcionamento dos ecossistemas, mas esse estudo terá que ser
sempre a primeira medida a implementar para prevenir/minimizar os
prejuízos ecológicos e financeiros induzidos por espécies
invasoras. Por outro lado, é defendido o desenvolvimento de
programas regulares de monitorização neste âmbito, que em geral
têm financiamento reduzido e são reestruturados para optimizar os
recursos.
Os artigos desta
edição explicam ainda como as espécies invasoras podem alterar
significativamente o funcionamento dos ecossistemas em zonas
terrestres ou aquáticas, em vários tipos de organismos e
latitudes. As espécies que têm maior probabilidade de afectar os
ecossistemas são as que adicionam ou removem estruturas físicas e
influenciam a frequência, severidade e a extensão de
perturbações; modificam a disponibilidade, captura e uso de
recursos; e afectam as relações da cadeia alimentar. Segundo
Ronaldo Sousa, as mudanças dependem também da abundância, do
tempo de permanência do invasor e da distinção funcional nas
espécies.
Em anexo seguem
as notas biográficas de Ronaldo Sousa, Pedro Morais, Ester Dias e
Carlos Antunes, bem como imagens de três espécies invasoras em
Portugal.
Mais
informações em:http://www.springerlink.com/content/l13233n1932p
.
Contactos
Prof. Ronaldo Sousa
- Departamento de Biologia da UMinho
Tel.: 253604310,
967087628 (contacto não publicável)
E-mail:
rsousa@bio.uminho.pt
Site:
https://sites.google.com/site/ronaldosousainvasivespecies