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Academia, 06.05.2011
Investigadora da UMinho premiada pela Sociedade Portuguesa de Pediatria
Estudo é sobre bronquiolite e analisa mais de 250 casos de crianças internadas

A investigadora Henedina Antunes, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, foi distinguida com a Bolsa Pierre Fabre, prémio para a melhor publicação da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP). O seu estudo ''Etiology of bronchiolitis in a hospitalized pediatric population: prospective multicenter study'', publicado no ''Journal of Clinical Virology'', conclui que ''ainda se medica demais na bronquiolite'', quando ''o único tratamento é o oxigénio se o bebé tiver baixo teor de oxigénio''.

O trabalho baseou-se nas crianças até 2 anos de idade que registaram o primeiro episódio de pieira (ruído que aparece na dificuldade respiratória) e que recorreram às urgências dos cinco hospitais do Minho. Os resultados revelam que em seis meses foram internadas 253 crianças. ''O bebé fica com nariz a pingar ou tapado e, passado algumas horas ou poucos dias, pode ficar com dificuldade em respirar. Esta dificuldade, chamada ''dispneia'', pode levar a ter menos oxigénio do que é necessário'', explica. A ventilação assistida não foi um método muito recorrente no tratamento, tendo apenas sido utilizada numa criança.

Esta é uma distinção que não deixa de orgulhar a médica: ''O prémio da melhor publicação atribuída pela SPP só pode orgulhar o Hospital de Braga, nomeadamente o Serviço de Pediatria e Patologia Clínica, e os dos hospitais do Minho. Como investigadora do ICVS fiquei obviamente muito feliz'', confessa. A autora já tinha sido distinguida em 2008 com a Bolsa Pierre Fabre, pela investigação ''Leptina em crianças e adolescentes com excesso de peso'', que desenvolveu em conjunto com Susana Carvalho, da Escola de Ciências da Saúde da UMinho.

Método PCR detecta 2/3 dos adenovírus não identificados por outras técnicas

A bronquiolite aguda caracteriza-se por uma inflamação nos bronquíolos, sendo bastante frequente nas crianças no primeiro ano de vida mas pode acontecer até aos 2 anos. O vírus VSR é a principal causa, seguido pelo adenovírus (AV), associado a uma maior morbilidade e mortalidade. A investigação veio confirmar que a Reacção de Polimerização em Cadeia (PCR) - metodologia que se baseia na amplificação exponencial selectiva de uma quantidade reduzida de DNA de uma única célula, detecta 2/3 dos AV não detectados por outras técnicas. ''O estudo permite ainda verificar que o tratamento de Palivizumab, usado na prevenção da infecção por VSR, nem sempre impede o desenvolvimento da doença nas crianças prematuras'', avança Henedina Antunes.

Henedina Antunes doutorou-se em Pediatria, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde também se licenciou. Desde Agosto de 2008, é investigadora no ICVS da Escola de Ciências da Saúde da UMinho. É chefe de Serviço de Pediatria no Hospital Escala Braga.

Contactos:

Dr.ª Henedina Antunes

Tel.: 915303993 (contacto não publicável)

E-Mail:henedinaantunes@gmail.com

Arquivo de 2011