A Academia tem promovido ao longo dos anos o empreendedorismo da sua comunidade académica, sendo o Departamento de Empreendedorismo da TecMinho o grande detentor dessa missão, apoiando o lançamento de projectos empresariais de base tecnológica e de conhecimento intensivo gerados no meio académico.
A crise política, económica e financeira pela qual o país atravessa, e que se estende às instituições como a UMinho, não pode nem é vista pelo "empreendedor" como uma ameaça mas sim como um desafio. Muitas das empresas detentoras da marca "Spin-offs da Universidade do Minho" nasceram de conjunturas como esta. Ideias e projectos resultantes de actividades de investigação científica e tecnológica foram aplicadas para alavancar e desenvolver o mercado que as envolve, através da troca de experiências, de conhecimento e de tecnologias específicas, as quais foram uma forma de valorização do conhecimento fabricado na UMinho.
O Empreendedorismo, do ponto de vista universitário, não se resume à criação de uma empresa com o objectivo de criar o próprio emprego, mas tem como base "...a capacidade para tomar iniciativas para encontrar soluções para problemas económicos, sociais, pessoais ou outros...". O empreendedor é aquele que tem uma visão futurística, inovadora, atitude de coragem para investir em algo próprio. " O empreendedor cria valor através da criação de novos recursos, ou da combinação de recursos existentes de uma forma mais produtiva, colocando-os ao serviço da sociedade. Isto exige trabalho e capacidade para a colocação das ideias no mercado e para assegurar um retorno sustentável face ao investimento realizado. Este momento de interacção com o mercado requer ao empreendedor competências de planeamento e gestão para poder comercializar os seus resultados de trabalho, ou mesmo para gerir a sua própria empresa".
No âmbito universitário o termo que designa as empresas constituídas com o objectivo da "valorização do conhecimento resultante das suas actividades de investigação científica e tecnológica é "Spin-off".Esta marca representa a "transferência de saberes gerados no seio da UMinho através do exercício de uma actividade económica com elevado potencial de crescimento". A UMinho, tal como nos referiu oDirector-geral da TecMinho, Dr. Augusto Ferreira"é uma das raras instituições de ensino superior em Portugal que estabeleceu um processo formal de atribuição do estatuto de spin-off" ao contrário da maioria das outras universidades, só os projectos empresariais que preencherem certos requisitos é que recebem da Reitoria o estatuto "spin-off" e a respectiva autorização para uso da marca "spin-off da Universidade do Minho".
No âmbito da sua política de valorização do conhecimento, a UMinho incentiva a constituição deste tipo de empresas, mas como nos afirma oDr. Augusto Ferreira"a atribuição do estatuto de spin-off é concedido prioritariamente a projectos com vínculo a Departamentos ou Centros de Investigação que visem criar empresas aptas a valorizar resultados de investigação gerados no decurso de actividades científicas conduzidas pela comunidade académica, tais como investigadores, bolseiros de investigação e alunos de pós-graduação".Após cumprir este requisitopassa ainda por "um processo formal de reconhecimento pela Reitoria, após a recolha de pareceres emitidos pelos mentores científicos do spin-off e do director do centro de I&D relevante".
Muitas destas empresas resultam, ou têm origem nos vários concursos de empreendedorismo realizados nos últimos anos em Portugal. Sendo estes, oportunidades e muitas vezes o "trampolim" para que se passe do papel, das ideias, do projecto, para a real aplicação e constituição da empresa. Alguns exemplos desses concursos são: InnovationPoint;BES inovação;START;CGD - Concurso Nacional de Empreendedorismo;ADI - Concurso de Ideias de Negócio; Concurso de Ideias da Oficina da Inovação; ANJE, Concurso de Ideias;PME Portugal, Concurso de Empreendedorismo PME, entre outros.
Os concursos de ideias são uma das formas mais relevantes no apoio aos empreendedores no processo de criação de empresas, são muitas vezes o ponto de partida, através dos quais os jovens empreendedores conseguem alguma visibilidade, sendo o "mote" para a decisão de criar ou não uma empresa. Antes de darem o grande "passo" verem as suas investigações reconhecidas, é para os jovens empreendedores muito importante, para além de que, muitos destes concursos conduzem a apoiosem termos de serviços e infra-estruturas às novas empresas, e outros resultam emprémios monetários bastante avultados, ou então o passo para obter investimentos, os quais no inicio são essenciais para qualquer negócio.
Texto: Ana Marques
anac@sas.uminho.pt
(Pub. Fev/2011)