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Academia, 20.01.2011
Estudo da UMinho analisa problemas no sector da construção Escolha da proposta mais barata contribui para atrasos nas obras públicas
UMinho
Os projectos incompletos, os erros, as omissões, a escolha de propostas menos dispendiosas e a burocracia para obter licenças são alguns dos problemas mais graves e frequentes no sector da construção. Estas são as conclusões retiradas do estudo "Incumprimento dos prazos na construção", desenvolvido por João Pedro Couto, professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho (UMinho), em Guimarães. Um das grandes razões para o atraso é precisamente a tendência para a utilização de "sistemas de procura direccionados para a selecção da proposta mais barata".

Os resultados da investigação, que se baseiam em  inquéritos aplicados aos diferentes grupos de intervenientes da área, indicam ainda a "deficiente qualidade geral dos projectos", a "dependência excessiva dos pareceres e autorizações das várias instituições e autoridades" e as "dificuldades na obtenção de autorizações e licenças". O especialista salienta que as derrapagens orçamentais fragilizam a credibilidade dos profissionais da construção e  a imagem de Portugal no sector. A desregulação orçamental e o incumprimento dos prazos constituem problemas complexos devido à envolvência de vários intervenientes com interesses divergentes.

 "A implementação de modelos organizacionais e funcionais mais apropriados no seio das equipas de projecto e a sistematização de práticas de procura e selecção mais rigorosas e transparentes, bem como a elaboração de estudos e programas preliminares mais cuidadosos são de grande importância para contornar o problema", explica o engenheiro. João Pedro Couto aponta para a "consciencialização e o esforço conjunto e empenhado de todos os intervenientes", no sentido de inverter o panorama e credibilizar "um sector tão relevante para a economia do país".

Contactos:

Prof. João Pedro Couto

Tel.: 919469383

(Pub.Jan/2011)

Arquivo de 2011