O encontro decorreu noCampus de Gualtar, em Braga,
onde foram abordados temas como: o modelo de ensino/aprendizagem
em vigor, resultante da implementação dos princípios de Bolonha,
as realidades dos trabalhadores estudantes, as propinas, a
integração dos estudantes no mercado de trabalho e o
funcionamento dos cursos em horário pós-laboral.
Este Fórum surge na sequência da aprovação, pelo Conselho Geral, do Programa de Acção da UMinho para o Quadriénio 2010/2013. No sentido de adequar o mais possível a agenda destas reuniões às preocupações da comunidade académica, a definição da mesma será sempre estabelecida em colaboração com os representantes eleitos de cada corpo no Conselho Geral ou no Senado Académico.
O
"Fórum
UMinho"foi
aberto atodos os estudantes dos cursos
de licenciatura e mestrado integrado da UMinho, bem como a toda a
comunidade interessada em participar, pretendendo ser uma
estrutura de contacto directo entre os responsáveis e toda a
academia. Tal como referiu António Cunhao objectivo é "ouvir de perto" a
comunidade académica.
Neste diálogo, os presentes puderam colocar as suas questões directamente ao Reitor, bem como ao Vice-reitor para a Investigação e Ensino, Rui Vieira de Castro. O Professor António Paisana - Provedor do Estudante - foi o moderador do debate.
Sobre o Modelo de Bolonha, na opinião de alguns dos alunos presentes "Bolonha tornou ainda mais difícil a conciliação estudos/trabalho". Para o Vice-reitor, Bolonha é muito positivo, mas o método "não foi adoptado por todos os docentes da melhor forma". Com Bolonha os estudantes"estão mais capazes" para responder aos desafios do futuro profissional, este método permitiu melhorarem o seu nível de competências, na sua opinião "Bolonha trouxe mudanças qualitativas".
Durante o encontro,
e sendo os trabalhadores-estudantes a maioria da assistência,
umas das reivindicações era a necessidade de mais ofertas de
ensino adaptadas à sua realidade. Luísa (aluna de medicina) foi
uma das presentes, referindo que no seu curso "é impossível ser
trabalhador-estudante, não se consegue compatibilizar",
questionando o reitor sobre "porque existe o estatuto se depois
não é aplicável na nossa área"
Os responsáveis tomaram nota das questões e sugestões, sendo que
uma das novidades em relação à oferta formativa pós-laboral é que
esta, embora para já em apenas algumas áreas "vai alargar-se a
quase todas as áreas de formação", sendo Medicina uma dessas
possibilidades. Para Rui Vieira de Castro, "a aplicação deste
estatuto tem contornos diferentes, dependendo do curso poderá ser
mais ou menos fácil de aplicar".
O reitor admitiu mesmo que Bolonha "não está adaptada aos
alunos trabalhadores-estudantes, defendendo que "há a necessidade
de adaptar cada vez mais a organização aos novos públicos". Para
isso vai servir o alargamento da oferta pós-laboral, que abrange
também a formação pós-graduada. Esta foi apontada pelo Reitor
como a "estratégica" para responder às dificuldades dos
trabalhadores estudantes no sistema normal de funcionamento da
Academia. Esta será a "solução" para a incompatibilidade sentida
pelos trabalhadores estudantes, entre o querer estudar e ter que
trabalhar ao mesmo tempo. A UMinho pretende com isto chegar a
novos públicos, acreditando António Cunha numa "grande
adesão".
A campanha promocional desta nova oferta formativa já foi lançada sob o slogan "Mude o curso da sua vida do dia para a noite", esperando-se cerca de 600 novos alunos no regime pós-laboral, já a partir de Setembro, número que deverá subir para 1 400 no ano 2011-2012.
A comunidade
académica não respondeu como se esperava ao encontro, o que
segundo alguns dos presentes "a divulgação foi pouca e feita
muito em cima da hora". O Reitor considerou, apesar de tudo
"positivo", referindo que estas serão para "continuar" e na
próxima certamente a adesão será superior.
Texto: Ana Coimbra
nunog@sas.uminho.pt
Fotografia: Nuno Gonçalves
nunog@sas.uminho.pt
(Pub. Jun/2010)