Decorreu, no Pavilhão Desportivo do Campus de Azurém, nos passados dias 19, 20 e 21 de Fevereiro, a Roboparty '2010. Este evento que de ano para ano tem vindo a crescer, é mais outra das excelentes iniciativas que demonstram o poder criativo e pedagógico da UMinho.
Fotos brevemente disponiveis online na Galeria BIG
Este evento destinou-se, como é habitual, aos jovens
adolescentes, que passaram três dias e duas noites dedicados à
construção, programação e personalização de um robô autónomo
móvel. Uma vez terminadas estas três fases, tiveram lugar algumas
competições que colocaram à prova os robôs de cada grupo.
Para além da vertente tecnológica, os participantes tiveram
oportunidade de realizar várias actividades desportivas, tais
como golfe, mergulho com botija de oxigénio, xadrez, basquetebol,
futsal, entre outras. A oferta extendeu-se também ao campo
cultural, com a actuação ao vivo da banda "Dynamite Trust",
da "Tuna Afonsina", dos "Bomboémia", entre outras actividades.
Na edição deste ano, participaram 110 equipas, tendo muitas
outras ficado em lista de espera. Cada equipa era composta por
quatro elementos, o que se traduziu em 440 participantes,
provenientes dos mais variados pontos de Norte a Sul do país. A
faixa etária predominante esteve entre os 12 e 17 anos, tendo o
participante mais novo 6 anos e o mais velho 56 anos.
Um grupo constituído por 120 voluntários colaborou na formação
dos participantes, nas actividades lúdicas e desportivas, bem
como na logística necessária a este tipo de evento.
António Cunha, Reitor da Universidade do Minho, bem como António
Magalhães, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, estiveram
presentes na sessão de abertura.
Da parte de António Cunha, a Roboparty merece rasgados elogios.
"Este é um evento muito interessante pelo elevado número de
participantes que envolve e, sobretudo, pela excelente divulgação
que faz da tecnologia em geral e da robótica em particular.
Acresce que a RoboParty é um evento consolidado que começa a
fazer parte do calendário de diversas escolas secundárias, o que
lhe confere um estatuto único no contexto nacional."

O Reitor considera ainda que, para além de se divulgar a
tecnologia produzida na academia minhota, sai reforçado o
prestígio do próprio estabelecimento de ensino superior. "Este
evento prestigia a Universidade do Minho, reforça a sua ligação
com Escolas Secundárias e cria laços com estudantes de maior
potencial para as áreas tecnológicas, promovendo uma atitude de
procura da descoberta, essencial às actividades de inovação e de
investigação. Acresce que a difusão da cultura científica é algo
que a Universidade deve assumir como parte integrante da sua
missão e que o RoboParty desempenha de forma brilhante e
entusiasmante."
Tendo em conta o sucesso deste evento, António Cunha considera
que este exemplo é para ser seguido. "A RoboParty é um bom
exemplo e uma receita de grande sucesso. O objectivo de ligação à
sociedade de divulgação científico-tecnológico é muito bem
conseguido, dentro de um leque de escalões etários muito
alargado. Esta atitude de abertura à sociedade deve ser seguida
por outros departamentos. No entanto, a receita para o conseguir
será muito dependente da especificidade da área científica em
causa."
Nas novidades da edição deste ano, estiveram incluídas uma área
de demonstração com vários robôs, desde um que era conduzido por
um hamster, através dos seus movimentos, até um carro que
percorria uma pista de forma autónoma, obedecendo a semáforos e
passadeiras, passando ainda por um braço industrial capaz de
executar várias tarefas, entre outros. Houve também espaço para a
solidariedade, uma vez que foram expostas adaptações de
brinquedos para crianças com paralisia cerebral.
Para Fernando Ribeiro, professor do Departamento de Electrónica
Industrial da Universidade do Minho e responsável pela
organização deste evento, a RoboParty tem uma oferta
variada. "O grande objectivo é ensinar os jovens a construir
robôs, motivá-los para a ciência e tecnologia, proporcionando
alguma diversão. Foi dada uma formação sobre montagem dos robôs,
entregámos as peças e eles dedicaram-se à montagem. Foi também
ministrada uma outra formação, sobre a programação dos robôs,
surgindo, por fim, as provas robóticas. Houve também uma palestra
sobre actuadores, e outra sobre controlo de robôs, ambas
direccionadas aos mais jovens, com vídeos e fotografias, sem uma
vertente 'demasiado científica'."
Para Fernando Ribeiro, esta é uma boa forma de divulgar o curso
de Engenharia Electrónica Industrial e Computadores. "A média
para entrar no nosso curso tem subido ano após ano. Não será só
por causa desta actividade, mas estará relacionada com ela, com
certeza."
Sobre o futuro da robótica, o professor apontou um caminho, em
especial. "No futuro, serão cada vez mais importantes as tarefas
domésticas, uma vez que a população europeia tem uma média de
idade cada vez maior e os robôs podem ajudar essa população mais
velha a executar determinadas acções."
O organizador deste evento referiu também quais as metas para o
futuro da RoboParty, não deixando de fazer o balanço da edição
deste ano. "Para o futuro, importa mais a qualidade do que a
quantidade. Queremos aceitar mais equipas, embora sejam
necessárias outras condições. Muitas equipas ficaram de fora. O
balanço é extremamente positivo, os participantes mostram-se
divertidos a construir os robôs, qualquer problema foi encarado
com ânimo, porque houve sempre voluntários prontos a ajudar."
Foi possível notar o entusiasmo dos participantes neste evento,
que lhes permitiu tomar contacto com experiências e tecnologias
que, muitas vezes, não lhes são disponibilizadas nas suas
escolas. Os professores e alunos agradeceram. E os robôs também.
Texto: João Nogueira Dias
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Fev/2010)