Na passada quarta-feira, dia 18 de Novembro, a Reitoria da Universidade do Minho foi palco do primeiro debate "Encontros UM". Este primeiro de muitos encontros esteve subordinado ao tema "A ciência e a tecnologia na internacionalização da Região Norte".
Esta sessão teve como coordenador o reitor da Universidade do
Minho, António Cunha, e a participação do Ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, do presidente da
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte,
Carlos Lage, do Presidente do Conselho Geral, Luís Braga da Cruz,
do empresário e membro do Conselho Geral, António Murta e da
Presidente da Escola de Ciências da Saúde, Cecília Leão.
Na intervenção inicial, António Cunha explicou que os encontros
UM são "um espaço aberto, de debate com o objectivo de abrir a
Universidade do Minho à sociedade". O reitor também salientou o
potencial da UM e de talento para a investigação. "A tecnologia e
a investigação são essenciais para o desenvolvimento económico.
Nós temos de internacionalizar porque é maneira que temos de
obter riqueza e talento para a região." O reitor considerou a
internacionalização como uma forma de desenvolver a região e a
universidade.

Carlos Lage iniciou a sua comunicação salientando a importância
da modernização. "O desenvolvimento económico da região norte que
a crise veio piorar passa pela modernização ". Carlos Lage falou
do mérito da Universidade do Minho na captação e na produção de
tecnologia e ciência. Considerou a internacionalização é um
"imperativo de sobrevivência". O presidente da CCDR-N salientou
que a região norte é uma das regiões portuguesas com o maior
potencial científico e tecnológico. "A economia do norte precisa
de mais ciência, mas tecnologia e mais internacionalização, mas
também precisa de mais sorte e mais oportunidades".
Luís Braga da Cruz revelou que a internacionalização é
"importante e decisiva". O presidente do Conselho Geral da
Universidade do Minho salientou que a competitividade deve ser o
motor do desenvolvimento económico. "Na criação de
competitividade a especialização e a inovação são fundamentais e
é nestes dois níveis que a Universidade do Minho tem um papel
preponderante".
António Murta formou-se na Universidade do Minho é um dos
empresários com mais sucesso na região. Apresentou algumas
medidas para promover o desenvolvimento económico e que levam a
sua empresa a conquistar um lugar de mercado cimeiro. O
engenheiro considerou que para criar retorno dos investimentos é
necessário consumir menos. "Temos de equilibrar a balança
comercial e hoje consumimos mais do que aquilo que produzimos".
Outra medida importante é criar mais riqueza e investir na
competição.
Cecília Leão falou do exemplo da Escola de Ciências da Saúde
(ECS) na aplicação da ciência e tecnologia. A presidente da ECS
falou nas experiencias e nos projectos desenvolvidos para a
promoção da investigação e falou ainda nos projectos futuros. "O
futuro passa pela colaboração com o novo Hospital de Braga". Este
hospital vai incorporar um centro clínico académico.
Por último, tomou a palavra o Ministro da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, Mariano Gago. O ministro considerou a
universidade como o elemento que mais se relacionava com o tema
do debate. Considerou as universidades como uma escola de
valores. Mariano Gago falou da história da tecnologia e da
ciência no ensino superior. "A ciência e tecnologia chegaram
muito tarde ao ensino nacional". O ministro considerou que a
"internacionalização é aquilo que os sistemas científicos
fornecem à sociedade". Falou ainda das características da
comunidade científica de Portugal.
Mariano Gago referiu também as potencialidades da região norte.
Embora a história da região seja difícil, o motor da mudança
deverá ser a educação. "As instituições de ensino superior têm um
papel fundamental para o desenvolvimento da região." O ministro
realçou o papel que a Universidade do Minho tem na produção
científica nacional e na internacionalização da produção
científica. 50% dos artigos científicos são elaborados por
docentes portugueses e estrangeiros.
No final da sua comunicação o ministro falou nos desafios para a
internacionalização da universidade. "As reformas curriculares,
os valores de ética no trabalho e o desenvolvimento de
pós-graduações, são os desafios que teremos de enfrentar".
Mariano Gago afirmou a sua confiança na Universidade do Minho
como parceiro da consecução destes desafios.
Depois das comunicações foi aberto o debate ao público. Cada um
dos convidados respondeu às questões que lhe foram colocadas.
Assim, os "EncontrosUM" pretenderam ser um espaço de debate
plural, participado e aberto à sociedade. Os membros do painel
temático responderam ao público e procurando estimular a
discussão de temas transversais - ciência, cultura,
tecnologia, arte e educação - para os quais a Universidade do
Minho se propõe dar um contributo.
Texto: Luciana Silva
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Nov./2009)