Alta rotação no primeiro dia de concertos da "Recepção ao Caloiro 09". GNR e Blind Zero "incendiaram" os estudantes do Minho com muita música e boa disposição.
Chegar, ouvir e divertir, assim se pode condensar em palavras a
noite de concertos. Duas bandas da cidade invicta a subir mais a
norte e a não precisarem de muito para conquistar o público em
Guimarães, já que aos primeiros acordes os estudantes responderam
com saltos e palmas.
Sensivelmente à 00h10, a honra de abertura coube aos Blind Zero
que iniciaram o concerto num pavilhão ainda despido de público,
mas que foi ficando mais composto com o decorrer do espectáculo.
O alinhamento foi uma mistura de músicas de todos os álbuns da
banda, algumas covers (
"Where is My Mind" dos Pixies e
"Enjoy the Silence" dos Depeche Mode) e o single
de
lançamento do novo álbum, "Slow Time Love".
Aos jornalistas, no final do concerto, o vocalista dos Blind Zero
mostrou-se satisfeito, destacou que se sente ?em casa ao tocar
para o público do Norte? e salientou o facto de estar pouco
público presente quando o concerto teve inicio.
"Foi um concerto muito engraçado, mas penso que este horário é um
pouco cedo... apesar de eu concordar que se deve tocar cedo.
Assumo que é uma aposta positiva. Foi muito bom cá estar. É
sempre bom tocar para o público do Norte", referiu Miguel Guedes.
O porta-voz dos Blind Zero não deixou de salientar "as boas
condições de trabalho" oferecidas aos músicos.
Blind Zero deixaram a temperatura alta no pavilhão, mas a demora
na entrada dos GNR - motivada por falhas técnicas - foi
arrefecendo o público. Mas quando soou a voz de Rui Reininho o
pavilhão voltou a entrar em "alta rotação". A banda mais
carismática da cidade invicta, formada em 1980, deu "asas" para
voar aos estudantes.
GNR tocaram uma mão cheia de temas bem conhecidos do público. A
interacção entre banda e os estudantes foi constante ao ponto de
Reininho convidar ao palco algumas alunas.
Visivelmente satisfeito Rui Reininho disse, no final, estar
agradado com o público. O vocalista subiu ao palco debilitado
fisicamente (dores no pescoço segundo revelou), mas nem isso
impediu a sua performance. "Mesmo com dores tinha de vir a
Guimarães, ao contrário do Ronaldo", concluiu em jeito de
brincadeira o cantor.
No final do primeiro dia de concertos houve "efectivamente
pronúncia do Norte" no Multiusos, onde os mais velhos da academia
lá diziam à caloirada: "Vais ouvir e ver mais vale nunca, nunca
mais crescer".
Mais logo há mais folia com Quim Barreiros a tocar para um
público bem conhecido.
Texto: José Carlos Bragança
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Out./2009)