António Cunha tomou hoje posse como Reitor da Universidade do Minho (UMinho), numa Cerimónia que decorreu pelas 11h00 no Salão Medieval no Largo do Paço. Para além do novo Reitor foram também investidos, os Vice-Reitores e Pró-Reitores que integrarão a equipa Reitoral.
Para além da equipa que irá dirigir os destinos da UMinho nos
próximos anos, a Cerimónia Solene de Tomada de Posse contou ainda
com a presença de inúmeras figuras ligadas à Academia como, o
Presidente do Conselho Geral, Eng. Luís Braga da Cruz, o Reitor
cessante, Prof. António Guimarães Rodrigues, os membros do
Conselho Geral, bem como de personalidades de vários quadrantes
da sociedade, desde a política à economia, Autoridades
Académicas, Civis, Militares e religiosas, professores e
funcionários.
A chegada do Cortejo Académico deu inicio à cerimónia que contou
com a actuação do Coro Académico. A primeira intervenção coube ao
Presidente do Conselho Geral, Luís Braga da Cruz. Há cinco meses
à frente do Conselho Geral, mostrou-se satisfeito com o papel que
lhe foi confiado, referindo que "eleito o novo Reitor poderíamos
dar por bem cumprida esta nossa primeira atribuição e começar a
desenhar o formato da acção futura". Este não esqueceu o Reitor
cessante, dizendo que aquele "Cumpriu e muito dignificou a
Instituição. Foi clarividente e batalhador", não deixando também
o seu agradecimento à equipa que o acompanhou durante mais de
sete anos.
Voltando à acção futura do Conselho Geral, a próxima reunião do
Conselho, dia 16 de Novembro, incidirá sobre o "Programa para o
Quadriénio 2009/2013", anunciado pelo novo Reitor bem como
preparar a agenda do Conselho Geral para 2010. Para este, esta
cerimónia significou para além de tudo
"a abertura de um novo ciclo para a UMinho", que pretende que
seja de exemplar cooperação entre o órgão que dirige e a equipa
reitoral que toma agora posse.
Não esquecendo as restrições a que a Universidade está sujeita,
para o Presidente do Conselho Geral estas só podem ser
enfrentadas com "a diversificação de fontes de financiamento e o
reforço da eficiência interna através da racionalização de
funções", o que na sua opinião o novo reitor e a sua equipa
reitoral, pelo valor e experiencia que tem "estará à altura das
circunstâncias", depositando neles a sua confiança e total
disponibilidade de cooperação.

Guimarães Rodrigues, que cessou as suas funções à frente da
Academia iniciou o seu discurso dirigindo as suas primeiras
palavras ao Reitor empossado, desejando-lhes "os maiores sucessos
na condução da Universidade". Olhando para trás, o reitor
cessante agradeceu à equipa que o acompanhou referindo que "foram
anos intensos, coloridos de grande entusiasmo, marcados por
muitas dificuldades, e repletos de importantes realizações". Para
este, os compromissos assumidos em 2002 foram cumpridos "a
Universidade é reconhecida no ensino, na investigação e na
interacção com a sociedade, por todas as avaliações independentes
e internacionais". Emocionado, Guimarães Rodrigues agradeceu pelo
tempo passado nesta academia, na qual leccionou desde 1975,
deixando uma palavra de apreço à Academia, docentes, funcionários
e estudantes.
Momento de Investidura do Novo Reitor
O novo Reitor, Prof. Doutor António M. Cunha foi empossado pelas
mãos do reitor cessante, a
entrega do comando foi uma
cerimónia simbólica de passagem de testemunho que, sendo usual,
não foi por isso menos significativa. Além deste foram também
investidos os Vice-Reitores (Rui Vieira de Castro, Margarida
Proença, José F. G. Mendes, Graciete Tavares Dias) e os
Pró-Reitores (Vasco Teixeira, Paula Cristina Martins, Felisbela
Lopes) que acompanharão o novo Reitor nos próximos quatro anos.
Após as assinaturas da nova equipa reitoral, interveio o
Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho,
Pedro Soares. As suas primeiras palavras foram para o Reitor
cessante, afirmando o seu "profundo reconhecimento por tudo o que
fez pelos estudantes e seguramente por esta Universidade".
Apelidando-o de "Velho sábio", pois para este, Guimarães
Rodrigues é um " "velho amigo"; Velho porque transparece a
certeza de que tudo já tinha ocorrido no seu pensamento; Velho
porque há sempre um tempo futuro e certo, para entender o
presente; Velho pela sabedoria natural, fluida e permanentemente
acessível a todos os que o procuravam; Sábio, por nas suas
viagens diárias levar uma mala repleta de visão, confiança,
integridade, rigor, convicções e onde não cabia o rancor, a
displicência, a deslealdade"".

Para Soares, os estudantes revêem-se no novo Reitor, pela sua
personalidade, trajecto, experiência e projecto futuro, referindo
que "a AAUM será certamente uma companheira desta nova viagem",
acreditando que "o sucesso de uma Reitoria será sempre também o
sucesso de toda a Academia".
António Cunha, após ter sido empossado falou aos presentes num
discurso optimista, uma mensagem de crença e esperança na
instituição universitária, na UMinho e no seu futuro, a qual que
tem na sua base "os estudantes dos diferentes ciclos de estudo".
Para o novo Reitor, esta cerimónia foi "um momento de grande
carga simbólica, mas também um legado de esperança" no futuro.
Este agradeceu a todos os reitores que o antecederam, em
particular a Guimarães Rodrigues por "todo o empenhamento e
dedicação colocados na condução da Universidade num período
particularmente difícil da sua existência".

António Cunha coloca a si e à sua equipa um vasto leque de
desafios (aposta de crescimento explorando oportunidades na
investigação e no ensino; Consolidar a Universidade como centro
de produção de saber e como espaço de talento e criatividade, com
reconhecimento e atractividade internacionais; Diferenciar,
valorizar e racionalizar a oferta educativa; Reforçar a
interacção com a sociedade; Desenvolver uma cultura institucional
própria), desafios que promete enfrentar e vencer a partir da
realidade que tem diante de si, ou seja, uma grande Universidade
e tudo o que a compõe.
O novo Reitor acredita que o seu projecto, o programa de acção
que apresentou à Academia no decorrer da campanha é possível
implementar, "a nossa determinação é muito grande". A equipa
agora empossada e segundo o Reitor "está ainda incompleta",
estando a aguardar a chegada de um elemento externo para breve.
António Cunha conta com a mobilização da academia para erguer o
seu projecto, pretendendo desenvolver um conjunto de vectores de
missão, tais como: Consolidar a investigação, respondendo aos
desafios do conhecimento; Valorizar a oferta educativa e a
educação integral; Aprofundar a interacção com a sociedade.
Apostando para isso em parcerias com diversos agentes académicos,
sociais, culturais e económicos, bem como em parcerias com as
autarquias e outros agentes do desenvolvimento regional.
O Reitor terminou dizendo que "Este é um processo difícil, que
vai exigir muito de todos em termos individuais e colectivos",
mas que conta com todos os que acreditam no projecto e "nesta
Universidade" para o desafio maior, "Para o desafio de construir
o futuro a partir da Universidade do Minho!".
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Out./2009)