O Professor Carlos da Câmara, da Universidade de Lisboa, é o orador da palestra "Os Factores Meteorológico e Climático no Regime de Incêndios em Portugal" integrada nos Colóquios de Física, iniciativa promovida pelo Centro de Física da Universidade do Minho, que se realiza no dia 10 de Dezembro, às 15 horas, no auditório da Escola de Ciências, no Campus de Azurém (Guimarães).
Na sessão, aberta ao público em geral, o investigador português e
especialista em Meteorologia, abordará aspectos de estudos que
tem realizado sobre o regime de incêndios florestais em Portugal
Continental e os factores de ordem meteorológica e climática que
estarão na origem da grande variabilidade anual das áreas
ardidas.
Segundo defende Carlos da Câmara, há dois grupos de factores que
contribuem para criar (ou não) condições favoráveis à ignição dos
materiais combustíveis, designadamente do mato, sendo eles o
factor climático (regime termo-pluviométrico da Primavera) e o
meteorológico (ocorrência de condições meteorológicas extremas no
Verão). Com base nos dados estudados admite-se que 2/3 da
variabilidade inter-anual do regime de incêndios resulte da
conjugação destes factores.
Condições favoráveis à ignição estão, por sua vez, associadas à
ocorrência de valores elevados de DSR (Daily Severity Rating /
Índice de Severidade Diário), um índice de risco de incêndio de
base meteorológica que, em particular nos países com vegetação de
características mediterrânicas, constitui um indicador fiável do
grau de dificuldade de se combater um incêndio, caso venha a ter
lugar.
Carlos da Câmara é Professor Auxiliar na Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa e integra o Centro de Geofísica da mesma
Universidade. Os seus interesses científicos situam-se nos
domínios da Meteorologia e dos sensores remotos. Recentemente tem
estudado a influência do regime termo-pluviométrico da Primavera
e das condições meteorológicas do Verão na variabilidade
inter-anual do regime de incêndios em Portugal.