A investigação, o ensino e as parcerias foram os temas do 33º aniversário Escola de Engenharia (EENG), que decorreu no pólo de Azurém, em Guimarães, entre os dias 28 a 31 de Outubro.
Visitas, concursos, apresentações de trabalhos, debate e outras
iniciativas mais, foi assim durante a semana para todos aqueles
que passaram pela escola de engenharia.
Um período de comemoração mas também de reflexão e análise, onde
se pôde renovar e aprofundar desafios que a sociedade civil
coloca à engenharia, nos seus mais variados segmentos.
Apostados na inovação, criatividade e investigação, os
engenheiros minhotos consideram que a escola "está no caminho
certo, rumo a um patamar superior de competitividade
internacional", e nessa mesma lógica o presidente da escola, Eng.
António Cunha afirmou: "para que a escola possa ser competitiva
ao nível internacional é necessário apostar na criatividade e
inovação".
Conscientes de que do debate surge sempre algo positivo, na
Quinta-feira, dia 30 de Outubro, realizou-se um workshop
onde investigadores da área debateram sobre algumas questões. Os
atrasos de verbas que o fundo para a ciência e tecnologia (FCT)
disponibiliza para as bolsas de investigação, as dificuldades na
mobilidade dos investigadores no espaço internacional - os
atrasos dos vistos de permanência, mais particularmente - e até
as dificuldades em atrair investimento privado para os projectos
vieram à discussão.

A internacionalização das universidades portuguesas e da
investigação nacional, foi, de todo o modo, o fio condutor do
?certame?, apresentando-se como um ponto onde os académicos
alinharam pelo mesmo tom. Por conseguinte, e no entender dos
investigadores, o financiamento é base importante, na medida em
que a "massa critica dever ser clusterizada numa aposta da
qualidade e excelência num périplo que se quer vitorioso" como
referiu António Cunha, em jeito de balanço final. Mas, não é
tudo, pois, e como referiu durante a "tertúlia" o professor
Alberto Proença "devem-se criar condições para que assegurar a
permanência dos melhores activos em Portugal".
Nesta procura de uma valorização ao nível internacional, a
cooperação institucional entre universidades deve ser também
levada em conta. Neste sentido, Proença deixou também patente a
necessidade de "uma concertação entre várias instituições no
sentido de perseguir a excelência", asseverou.
Já o Vice-reitor da universidade do Minho, Eng. Manuel Mota
destacou, contudo, o "quão necessário se torna uma aplicação na
engenharia das ferramentas mais emergentes". Mota explicou que a
UM deve "apostar cada vez mais nas publicações em jornais e
revistas cientificas de alto impacto".
O académico não se coibiu de mostrar que a UM tem possibilidades
de se tornar ainda mais competitiva. Para isso, deve-se, acima de
tudo, buscar "uma credibilidade fora de portas", acrescentou.
O que se torna evidente, um pouco por todas as universidades, não
só as portuguesas mas também as europeias, são as inúmeras
parcerias que têm vindo a ser implementadas.
Na semana da escola os protocolos para a investigação com o MIT,
CMU Portugal e UT Austin, por exemplo, foram analisados. Este
facto, nas palavras do professor Manuel Freitas, demonstra "o
dinamismo dos centros de investigação? em Portugal. O docente e
investigador deixou ainda claro, e na orientação do que disse
também Alberto Proença, que "uma entidade por si só não chega a
lado nenhum isoladamente".
Durante a semana a tecnologia e a criatividade dos engenheiros e
investigadores minhotos estiveram de portas abertas e as linhas
de intervenção não negligenciaram as questões actuais e globais,
como é o caso da crise económica e financeira que afecta também o
sector da engenharia. Por esse motivo, numa conversa aberta
esteve presente uma economista e professora da escola de economia
e gestão da UM.
Quem também passou por Azurém foi o reitor da UM, Guimarães
Rodrigues. O responsável máximo da universidade aproveitou para,
no discurso de encerramento da sessão solene, deixar uma mensagem
em jeito de incentivo aos investigadores minhotos e não
só:"queremos aprender, e por isso dêem-nos problemas" aferiu. E
são os problemas que diariamente surgem que os investigadores
querem estudar e encontrar respostas.
A direcção da escola de engenharia aproveitou a ocasião para
premiar alguns dos seus doutorados, em virtude de um concurso
onde se elegeu o melhor poster; melhor comunicação oral e melhor
tese de doutoramento. O prémio foi entregue pelo reitor e
compreendia um valor monetário e um diploma. Como curiosidade
refira-se que foram 440 os participantes inscritos.
A semana contou ainda com visitas de alunos de algumas das
escolas secundárias da região que tiveram a oportunidade de ver
alguns trabalhos dos alunos minhotos. Para António Cunha esta é a
"melhor forma de mostrar aos mais jovens o que se faz na EENG,
não esquecendo o objectivo de captar novos e bons alunos".
Relativamente aos próximos anos Cunha espera que hajam mais
trabalhos dos alunos de engenharia para serem apresentados aos
visitantes.
A semana serviu ainda para a divulgação da nova imagem da escola
de engenharia, com vista à actualização no mercado internacional.
Com aspecto mais engenhoso e criativo a nova imagem da escola
está ao alcance de todos desde o dia 30 de Outubro.
Destaque ainda para o departamento de engenharia têxtil que
alcançou um prémio de reconhecimento de empreendedorismo a nível
nacional, aquando da realização da semana da escola. Ao UMdicas,
António Cunha mostrou a sua satisfação por este prémio.
No 33º aniversário da escola de engenharia foi ainda possível
experimentar uma nova forma de utilizar a BUTE. Através das
"pedaladas" dos participantes, a energia era direccionada para um
mecanismo que fazia activar uma pista com dois mini carros de
corrida.
Texto: José Carlos Bragança
Fotografia: Nuno Gonçalves