A UMinho celebrou ontem, dia 18 de Fevereiro os seus 34 anos de existência. A sessão solene decorreu pelas 10h30 no Salão Medieval da Reitoria, no Largo do Passo, onde marcaram presença o Reitor da UMinho, Prof. António Guimarães Rodrigues, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Dr. Carlos Lage, algumas personalidades da Academia, bem como Autoridades Civis, Militares e Religiosas, Funcionários e Alunos.
A Cerimónia iniciou com a intervenção do Reitor da UMinho, ao
qual se seguiu o Presidente da Associação Académica, Pedro
Soares. Participou nos discursos ainda, o convidado de
honra, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento
Regional do Norte, bem como a Dr.ª Maria Cecília Leão, que
proferiu a Oração de Sapiência, intitulada "Investigação em
Ciências da Vida e Saúde: Promessas e Incertezas, Avanços e
Desafios".
A sessão seguiu com a entrega das Cartas Doutorais aos novos
Doutores da UMinho, e ainda dos Prémios Escolares aos melhores
alunos, finalizando com a entrega da Medalha da Universidade do
Minho aos funcionários mais antigos. O dia foi ainda preenchido
com diversas actividades, encerrando as comemorações com o
Concerto da
Orquestra de Câmara do Minho que
decorreu pelas 21h30, no Salão Medieval da Reitoria.
Intervenções criticam governo
O Reitor da UMinho realça o Relatório da Universidade sobre a sua
actividade em 2007, referindo que "dá conta de uma Universidade
consolidada e bem posicionada" tendo obtido face aos dados
históricos de 2006, a melhor avaliação, que significou um
acréscimo de 9% no valor do seu Orçamento. A Universidade
submeteu à EUA (European University Association) um Relatório de
Auto-Avaliação, o qual reconheceu a UMinho como referência
internacional no ensino e na implementação do modelo de Bolonha,
classificando-a como uma universidade de investigação, e
distinguindo-a pela forma como interage com a sua envolvente.
O Reitor falou ainda do novo Regime Jurídico das Instituições de
Ensino Superior e da constituição da Assembleia Estatutária,
concluída a 27 de Dezembro e da qual fazem parte como membros
externos o Prof. Machado dos Santos, Prof. José Encarnação, Prof.
Hermínio Martins, Dr. João Salgueiro, e Eng.º Carlos Oliveira.
Como não podia deixar de ser, o Orçamento de Estado foi uma das
áreas abrangidas no seu discurso, referindo que "Num contexto de
grande restrição orçamental, a Universidade garantiu que a sua
actividade futura não fosse limitada pela insuficiência ou
desqualificação das suas instalações", mas que "as condições de
financiamento da Universidade prejudicam o seu desempenho,
impedindo o investimento em áreas que lhe permitam sustentar a
sua reconhecida capacidade de inovação. A sub-orçamentação
hipoteca o futuro da Universidade e tem implicações no seu
desempenho em prol do desenvolvimento da região".
"0 Conselho de Reitores considera que não há condições para
discutir o orçamento em 2009, enquanto não for possível trabalhar
uma solução sustentável para 2008", revelando que o
Primeiro-Ministro, manifestou a determinação do Governo de
aumentar o nível de investimento no Ensino Superior em 2009.
Neste momento de grande inquietação, os sucessos da UMinho também
não foram esquecidos, entre eles, a primeira posição da UMinho em
Portugal no número de bolseiros seleccionados pelo Programa
Alban, e terceira universidade europeia. Os mais de 1.000
estudantes de doutoramento e a produção em 2007 mais de 750
artigos científicos em revistas catalogadas no Institute of
Scientific, bem como a integraçãoda UMinho em todos os projectos
internacionais de formação, MIT, Carnagie Mellon, Austin e
Harvard.
Em relação ao desporto a UMinho é mais um sucesso, "organizou em
2007 as fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários
(CNU´s), evento que contou com mais de 1.800 estudantes e
técnicos, 97 equipas de 35 Associações. A época terminou com 20
medalhas de Ouro, 13 de Prata e 23 de Bronze. Em termos
internacionais, a Universidade do Minho esteve presente nos
Campeonatos Europeus Universitários de Badmington, Ténis de Mesa
Masculino, Voleibol Feminino e Andebol Masculino, tendo-se
sagrado, pelo segundo ano consecutivo, Vice-Campeã Europeia
Universitáriade Andebol MAsculino. Estiveram ainda presentes 3
estudantes na Universíada de Bangkok onde a estudante/atleta de
Enfermagem da Universidade do Minho, Jéssica Augusto foi medalha
de Ouro, tornando-se a primeira mulher a conquistar uma medalha
de ouro, a terceira para Portugal, em 24 edições deste evento. A
Universidade do Minho tem uma organização desportiva que mobiliza
actualmente mais de 8.200 pessoas em 65 modalidades desportivas
diferentes, sendo reconhecida como um modelo de referência na
organização e qualidade de prática desportiva no Ensino Superior
em Portugal".

Guimarães Rodrigues terminou dizendo que "Os tempos de mudança
são necessariamente exigentes", mas que a UMinho "encara o Futuro
com a confiança da sua posição solidamente construída e
reconhecida, e da sua cultura de qualidade sedimentada".
Já Pedro Soares na sua intervenção falou essencialmente do
trabalho que tem sido realizado pela AAUM em cooperação com a
Academia, referindo que "Olhando para trás penso que a
Universidade do Minho e a Associação Académica já realizaram uma
boa caminhada". O financiamento também mereceu a atenção do
Presidente da AAUM, realçando "a incoerência entre as premissas
das intenções politicas expressas pela tutela e as decisões
adoptadas".
Pedro Soares conferiu ainda algumas palavras de alento para com a
Reitoria "Como estudante, confio na Universidade do Minho, e
convido-os a prosseguir no compromisso da qualidade e da
excelência rumo ao futuro".
O convidado de honra, Carlos Lage teve uma intervenção bastante
dura para com o Governo, apelidando-o de "avarento". O Presidente
da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
(CCDRN) respondeu assim às queixas que o Reitor proferiu sobre o
Governo em relação aos constrangimentos financeiros, fazendo
votos para que o Governo seja menos avarento para com as
universidades, "Compreendo muito bem o embaraço, as dificuldades
e as lamentações a que estão sujeitas as universidades e espero
que o Governo seja menos avaro para com as universidades".
Carlos Lage não se ficou por aqui, a situação da região Norte não
passou despercebida, referindo que "Tudo parece conspirar
contra o presente e o futuro desta região", havendo a ideia que
"é uma região irremediavelmente pobre e votada ao declínio".
Porém, "é no Norte que há a maior densidade populacional, é onde
há uma área metropolitana muito forte, é onde há médias cidades,
como Braga e Guimarães, de referência, é onde há um foco de
industrialização relevante".
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves