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Academia, 23.05.2007
Ciclo de Conferências sobre o séc. XX - António Coimbra Martins
UMinho, Anfiteatro A5 do Complexo Pedagógico I em Gualtar
A palestra de A. Coimbra Martins (antigo Ministro da Cultura), seguida de debate, inicia um ciclo de conferências sobre o séc. XX, organizado pelo Conselho de Curso de História, entre Maio e Dezembro de 2007.
Através desta iniciativa pretende-se construir e divulgar, sob ângulos diversificados, um conhecimento original da História recente, susceptível de contrariar o consumo rápido e inócuo de «verdades feitas».

Breve notícia bibliográfica sobre o conferencista:

Membro fundador do Partido Socialista, em 1973, António Coimbra Martins foi, após o Revolução de 25 de Abril de 1974, encarregado de preparar a reintegração de Portugal na UNESCO. No desempenho das funções de embaixador de Portugal em Paris (1974-1979), destaca-se a sua intervenção na adesão de Portugal à Convenção Cultural Europeia e no protocolo de restabelecimento de relações diplomáticas Portugal/China, assinado em Paris, fulcral para o futuro das relações diplomáticas, designadamente no que respeita à resolução da questão de Macau.
De 1983 a 1985, foi Ministro da Cultura do IX Governo Constitucional Português, o chamado governo do Bloco Central, presidido por Mário Soares. No quadro da sua actividade política destaca-se ainda o seu
desempenho como deputado europeu (1986-1994), tendo levado a plenário o programa ERASMUS, principal malha da rede de circulação de estudantes entre as universidades europeias.

As reflexões e o testemunho de Coimbra Martins sobre a vida política portuguesa, antes e depois do 25 de Abril, têm como registo principal, além de muitas colaborações na imprensa periódica portuguesa e francesa, a obra Esperanças de Abril: críticas e sátiras, discursos e depoimentos (Lisboa, 1981).

No plano da intervenção cultural, o nome de Coimbra Martins não pode deixar de associar-se à criação do Centro Cultural de Paris. A convite de Azeredo Perdigão, primeiro presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, lançou, em 1965, as bases da biblioteca e das actividades do referido Centro, onde de forma intermitente desempenhou as funções de bibliotecário, sub-director e director.

Como homem de letras, é autor de uma vasta e variada obra, com estudos e ensaios sobre Diogo do Couto, Molière, Prévost, Bocage, Castilho, Eça de Queirós, Gomes Leal, Fialho de Almeida, Sartre e tantos outros. Recentemente tem dedicado parte da sua energia ao mundo da espionagem e das relações diplomáticas entre Portugal, a República de Vichy (França) e o III Reich (Alemanha), durante a Segunda Guerra Mundial, sustentada em documentação inédita conservada em arquivos portugueses e estrangeiros, designadamente o arquivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

Em 2001, publicou na Universidade do Minho, na revista Cadernos do Noroeste, 15 (1-2), Série História 1, do Centro de Ciências Históricas e Sociais, o artigo "Bandeirinhas, incenso e gratidão. Reacções em Portugal à capitulação do III Reich" e a transcrição de um extraordinário documento da autoria do Vice-Cônsul francês no Porto, E. Wernert, intitulado "Braga, cidade anti-francesa", datado de 1945.
Arquivo de 2007