Hélder Carvalho (docente), Bruno Campelo, Pedro Lemos (finalistas de Engenharia Têxtil) e Duarte Fernandes (Electrónica Industrial) desenvolvem projecto inovador.
Este projecto permitiu integrar sensores em têxteis, e até
desenvolvê-los a partir destes materiais, para medição do
movimento respiratório, batimento cardíaco e temperatura
corporal.
Explorar as possibilidades de integrar sensores em têxteis, e até
desenvolvê-los a partir destes materiais, foi o desafio lançado
pelo docente Os jovens exploradores acabaram por revelar um
verdadeiro espírito científico e certas competências tecnológicas
maduras para a sua tenra experiência no terreno da investigação.
O projecto pretendeu essencialmente implementar um sistema que
permitisse, através de têxteis sensoriais, a detecção dos
movimentos da respiração e dos batimentos cardíacos, assim como a
medição da temperatura corporal.
Para detecção da respiração e dos batimentos, os jovens
investigadores desenvolveram dois protótipos: uma cinta com
sensores piezoeléctricos integrados e uma malha tricotada a
partir de fio condutor eléctrico, em que a própria malha funciona
como um sensor de extensão.
«Fizeram-se várias experiências para optimização do sistema e
chegou-se a um produto final cujo bom desempenho demonstra
claramente as potencialidades destas estruturas tricotadas
sensoriais», revela Hélder Carvalho. «Em relação à banda torácica
dotada de sensores piezoeléctricos, os resultados são ainda
melhores, conseguindo-se distinguir perfeitamente os movimentos
respiratórios, isto é, a inspiração e a respiração».
Para monitorizar a temperatura corporal, os aprendizes
científicos projectaram uma veste, na qual foi incorporado um
sensor de temperatura do tipo NTC (Negative Temperature
Coefficient), de dimensões exíguas e de fácil aplicação, que
permite uma constante monitorização deste parâmetro.
«Foram também desenvolvidos pequenos módulos electrónicos para o
tratamento dos sinais», afirma. «A interpretação dos resultados
foi realizada através de um software Labview, que permite em
tempo real a leitura e visualização dos movimentos respiratórios
e o cálculo da temperatura».
No final, os pequenos inventores utilizaram ainda a malha
"eléctrica" para levar a cabo uma experiência de natureza mais
artística. Tal como explica o docente do departamento de
Engenharia Têxtil, estamparam-na com «um pigmento cromotrópico e
depois, através da passagem de corrente eléctrica e subsequente
aquecimento do tecido, produziram uma alteração de cor».
Para Hélder Carvalho, a aventura científica está ainda a dar os
seus primeiros passos mas deixa já «antever projectos de maior
envergadura com grande potencial industrial». Com efeito, um
horizonte de novas possibilidades abre-se neste campo de
investigação. «As próximas vias a explorar serão a medição da
humidade, temperatura e outras variáveis, com malhas condutoras e
sensores configurados através de padrões bordados sobre tecidos»,
anuncia Hélder Carvalho.