A concretização do Processo de Bolonha em Portugal regista um atraso significativo.
Esta é uma das conclusões do relatório produzido pela Comissão de Educação, Ciência e Cultura, da Assembleia da República, aprovado por unanimidade. O facto de nos últimos cinco anos o país ter conhecido cinco ministros da Educação e a resistência à mudança por parte dos estabelecimentos de Ensino Superior, são apontados como o factor decisivo deste atraso.
Nas conclusões do relatório, elaborado pelo deputado do PSD
Agostinho Branquinho, também se constata que os diferentes
intervenientes no Ensino Superior se queixam da falta de debate e
da oportunidade perdida de discutir e reformar a fundo o Ensino
Superior.
Intra muros, o reitor da Universidade do Minho, Guimarães
Rodrigues, afirma que o processo em Portugal foi mal conduzido
deste o início. O mesmo responsável diz ainda que é curto o tempo
para se implementar Bolonha e que o problema não está na duração
dos ciclos mas na metodologia das aprendizagens. Dar aos jovens
capacidades para que estes possam ser competitivos no mercado de
trabalho europeu, é, para Guimarães Rodrigues a grande questão
que Bolonha levanta.
Neste processo, a Universidade do Minho tem sido pioneira no
desenvolvimento de práticas piloto. Guimarães Rodrigues afirma
mesmo que a UM está pronta para Bolonha.
De destacar que na semana em que foi divulgado o relatório
produzido pela Comissão de Educação, Ciência e Cultura, da
Assembleia da República, sobre o processo, este ficou envolvido
em alguma polémica visto que existem algumas "omissões
preocupantes", nomeadamente o caso da indefinição do sistema de
avaliação do ensino superior que, de acordo com as directivas
europeias, deveria entrar em funcionamento no próximo ano
lectivo.